Estas declarações, na Thomas Laubach Research Conference, em Washington, surgem num momento marcado por vários ataques do presidente Donald Trump a Powell pela sua relutância em cortar as taxas de juros.
Powell salientou que, graças a essa estrutura e com base nas experiências da crise financeira de 2008, a Fed foi capaz de mitigar os fortes aumentos de preços causados pela pandemia.
O responsável explicou que tal foi alcançado através de uma estratégia cuidadosamente considerada de aperto monetário que não foi acompanhada pelo "aumento acentuado do desemprego que frequentemente acompanha uma campanha de aumentos de taxas para reduzir a inflação".
Trump tem vindo a criticar Powell há meses pelo ritmo dos cortes de juros iniciados pelo banco. A Fed reduziu a taxa de referência em um ponto percentual desde setembro, deixando-a no intervalo de 4,25% a 4,5%, mas tem sido cautelosa e não fez mais cortes desde dezembro.
"A Fed tem de reduzir os juros, como a Europa e a China fizeram. O que há de errado com o Powell Lento? Isso não é justo para os Estados Unidos, que estão prontos para prosperar?" Trump disse na rede social Truth na terça-feira, tendo até sugerido que queria tirar Powell do cargo, apenas para voltar atrás.
No discurso de hoje, Jerome Powell afirmou que as condições económicas mudaram significativamente nos últimos cinco anos, tornando possível manter as taxas mais altas por mais tempo, dada a possibilidade "de que a inflação será mais volátil no futuro em comparação ao período 'entre crises' da década de 2010".
Powell afirmou que a economia pode estar a entrar num período de turbulência "mais frequente e potencialmente mais persistente", tornando improvável que as taxas regressem a um nível próximo de zero em breve.
Leia Também: Trump chama presidente da Fed de "idiota" por manter taxas de juro
