A demissão de Bridget Brink, no mês passado, foi a primeira de um alto diplomata norte-americano desde que Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos - e, agora, num artigo publicado esta sexta-feira, Brink justifica a saída.
"Respeito o direito e a responsabilidade do presidente de determinar a política externa dos EUA, com o devido controlo e equilíbrio por parte do Congresso dos EUA", começou por apontar num artigo de opinião publicado no Detroit Free Press, acrescentando: "Infelizmente, a política seguida desde o início da administração Trump tem sido a de pressionar a vítima, a Ucrânia, em vez de pressionar o agressor, a Rússia."
"Como tal, já não podia, de boa fé, levar a cabo a política da administração e senti que era meu dever demitir-me", justificou.
A carreira diplomática de Brink tem cerca de 30 anos, tendo a responsável sido nomeada para embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia três meses depois de a guerra no Leste europeu começar, em fevereiro de 2022.
A nomeação foi feita pelo então presidente, Joe Biden, e, já com Trump na Casa Branca, o trabalho de Brink foi descrito como "excecional."
No artigo publicado no jornal norte-americano, Brink apontou que "não podia ficar parada enquanto um país é invadido, uma democracia é bombardeada e crianças são mortas impunemente."
"Acredito que a única forma de garantir os interesses dos Estados Unidos é defender as democracias e opor-se aos autocratas. A paz a qualquer preço não é paz de todo - é apaziguamento", acusou.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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