A diretora de um estabelecimento prisional em Lancashire, Inglaterra, foi condenada a nove anos de prisão, depois de ter começado uma relação com um recluso - e também o ter ajudado no mundo do crime.
Segundo o que explica a BBC, Kerri Pegg, de 42 anos, era vista como "uma estrela em ascensão" nos serviços prisionais, tendo tido uma grande subida na carreira ao longo de apenas seis anos.
De acordo com a imprensa britânica, durante o seu julgamento foi apontado que esta "não cumpriu as regras" ao começar uma relação com Anthony Saunderson, uma figura conhecida no mundo do crime. No seu julgamento, foi ainda dito que ela ajudou a que este saísse em liberdade.
"[Kerry Pegg] Traiu a confiança pública e traiu também os serviços prisionais", referiu o juiz na sua audiência, acrescentando que "foi chocante e inconsciente o facto de terem tido essa relação."
"Sabia como devia e não devia atuar. Teve formação e apoio. Foi avisada e colocada à prova", lembrou o juiz.
Pegg foi condenada, em abril, por má conduta no exercício de funções públicas e posse de propriedade criminosa, depois de as autoridades terem descoberto uma escova de dentes com o ADN de Anthony Saunderson em casa da diretora da prisão.
Pegg recebeu de Saunderson um Mercedes Classe C no valor de 12 mil libras, veículo este que tinha sido pago com o produto da venda de 34 quilogramas de anfetaminas.
A BBC nota ainda que durante as comunicações com outros reclusos, o namorado - que enfrenta agora 35 anos de prisão -, usou nomes de código como Jesse Pinkman [traficante na série 'Breaking Bad'] e também James Gandolfini [ator que era chefe da máfia em 'Os Sopranos'].
Mas o que se passou?
Em 2018, Pegg começou a ser conhecida por passar muito tempo com o recluso em causa no seu gabinete, tendo o mesmo, em outubro, feito um pedido para ser libertado "temporariamente."
A BBC explica que estes pedidos são feitos com frequência, mas que é preciso cumprir algumas regras e critérios - que a diretora da prisão desrespeitou.
O juiz explicou que, quando a investigação começou, foi possível perceber que a mulher vivia acima das suas possibilidades, tendo não só dívidas para pagar, como também, por outro lado, sapatos e joias de luxo - para os quais o seu salário não chegava.
Segundo a imprensa, Pegg era "vulnerável a Saunderson" a partir do momento em que começou esta "negligência", ou seja, relação, dado que ela "sabia que ele podia destruir a sua carreira."
A antiga responsável dos serviços prisionais foi ainda condenada a dois anos de prisão por uma segunda acusação de má conduta e a quatro anos pela aceitação de bens de origem criminosa - todas a serem cumpridas em simultâneo.
Dois anos após a investigação começar, em 2020, as autoridades descobriram mensagens que 'ligavam' os dois, com referência à compra do Mercedes, por exemplo.
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