O soldado foi morto a 28 de maio durante um tiroteio num local conhecido como "Triângulo Esmeralda", zona fronteiriça comum entre o Camboja, Tailândia e Laos.
Os exércitos tailandês e cambojano concordaram em acalmar as tensões no dia seguinte, mas Phnom Penh decidiu manter as suas tropas na zona, apesar dos pedidos de retirada de Banguecoque.
No sábado, o Exército Real Tailandês assumiu o controlo da "abertura e encerramento" de todas as passagens fronteiriças com o Camboja, invocando uma "ameaça à soberania e segurança da Tailândia".
Num comunicado, as autoridades da província tailandesa de Chanthaburi (leste) explicaram hoje que tinham "suspenso temporariamente" a passagem de turistas tailandeses e cambojanos em dois postos fronteiriços permanentes.
No entanto, especificaram que o comércio não foi afetado e que os trabalhadores cambojanos continuavam autorizados a entrar na Tailândia.
O vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, Phumtham Wechayachai, considerou, num comunicado também divulgado hoje, "profundamente lamentável" que o Camboja tenha "rejeitado" a proposta de retirar as suas forças armadas.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, anunciou que o reino iria apresentar uma queixa ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) relativamente ao seu antigo conflito fronteiriço.
Manet acrescentou que o conflito fronteiriço é "alimentado por pequenos grupos extremistas nos dois países", o que poderá levar a novos confrontos.
O Camboja e a Tailândia estão em conflito há muito tempo sobre o traçado da sua fronteira de mais de 800 quilómetros, definida em grande parte por acordos celebrados durante a ocupação francesa da então Indochina.
Em 2011, confrontos em torno do templo Preah Vihear, classificado como património mundial pela UNESCO e reivindicado por ambos os países, causaram pelo menos 28 mortos e dezenas de milhares de deslocados.
Embora o TIJ tenha atribuído ao Camboja a zona contestada abaixo do templo, em 2013, o traçado de outras zonas continua a opor Banguecoque e Phnom Penh.
A Tailândia indicou que, na próxima semana, o Comité Conjunto de Delimitação de Fronteiras vai reunir-se para tentar resolver o problema.
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