"Os serviços secretos iranianos obtiveram uma grande quantidade de informações estratégicas e sensíveis e de documentos pertencentes ao regime sionista, incluindo milhares de documentos relativos aos projetos e instalações nucleares do regime", informou a televisão estatal, que citou "fontes bem informadas".
As autoridades israelitas anunciaram em maio a detenção de duas pessoas identificadas como Roy Mizrahi e Almog Atias, ambos de 24 anos, por alegada espionagem a favor da República Islâmica do Irão.
Os dois arguidos tinham sido detidos em abril passado.
A agência noticiosa Tasnim, muito próxima da liderança iraniana, qualificou a operação como "um dos maiores golpes dos serviços secretos do Irão na história contra o regime sionista (Israel)".
Nos últimos meses, as autoridades israelitas têm registado um número crescente de atividades de espionagem em nome do Irão e detiveram várias pessoas sob esta acusação.
O Irão, por sua vez, executou no final de maio um homem identificado como Pedram Madani, condenado por alegada espionagem para os serviços secretos israelitas, a Mossad.
A sua execução foi a segunda em 2025, no Irão, relacionada com acusações de espionagem a favor de Israel.
O Irão fez do apoio à causa palestiniana um pilar da sua política externa desde a Revolução Islâmica de 1979 e não reconhece o Estado de Israel.
Estas declarações surgem num contexto de tensões sobre o programa nuclear iraniano, que é visto como uma ameaça existencial pelos dirigentes israelitas.
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel, considerado pelos especialistas como a única potência nuclear do Médio Oriente, suspeitam que o Irão pretende adquirir armas nucleares.
O Irão nega que tenha tais ambições militares, mas insiste que tem direito à energia nuclear civil, nomeadamente para fins energéticos, ao abrigo do Tratado de Não Proliferação (TNP) de que é signatário.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou repetidamente o seu apoio a uma ação militar contra as instalações nucleares do Irão.
Sobre o arsenal nuclear, os governos israelitas assumiram uma política de ambiguidade, nunca admitindo publicamente a posse de ogivas.
Especialistas estimam numa centena o número de ogivas nucleares na posse de Israel, que se tem recusado a assinar o TNP, mas tem atacado reatores de energia nuclear na Síria, no Iraque e no Irão.
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