Governo sírio encerra campo de refugiados criado durante a guerra civil

O campo de refugiados de Rukban, na Síria, foi hoje encerrado, com o Governo de Damasco a considerar que se fechou um "capítulo trágico e triste" criado pela "máquina de guerra do antigo regime" do então Presidente Bashar al-Assad.

Rukban, siria

© Getty Images

Lusa
07/06/2025 15:56 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Síria

"O campo de Rukban não era apenas um campo, mas um triângulo da morte que testemunhou a crueldade do cerco e da fome, quando o regime abandonou as pessoas para enfrentarem um destino doloroso no deserto árido", referiu o ministro da Informação, Hamza al-Mustafa, na sua conta na plataforma X.

 

O campo está situado numa zona desértica na fronteira entre a Síria, a Jordânia e o Iraque, perto da base militar de Al Tanf, controlada pelos Estados Unidos, e chegou a albergar 75 mil pessoas que fugiam dos combates durante a guerra civil síria, que eclodiu em 2011.

Mustafa explicou que o fim do campo de Rukban representa "o início de um novo caminho para desmantelar os outros campos", o que acontecerá "com o apoio do Estado, até que todas as pessoas deslocadas regressem a casa".

O ministro sírio acrescentou que "a cada passo em direção ao regresso, uma grande esperança rompe as areias da dor nos corações dos sírios, juntamente com a sua determinação em fazer o impossível para construir uma nova pátria que acolha todos".

O campo de Rukban foi criado em 2014, durante os primeiros anos da guerra civil síria, na sequência da repressão dos protestos pró-democracia por parte do regime de al-Assad, e foi criado como um abrigo provisório e temporário para os civis sírios que fugiam dos combates em numerosas províncias, especialmente em Homs.

A ONU denunciou em várias ocasiões que as condições de vida eram desumanas e afetadas pela entrada difícil e irregular da ajuda humanitária, sempre complexa devido à sua localização e às condições de segurança na zona.

O encerramento do espaço já foi confirmado pela ONU e Rami Abdelrraman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, disse à agência alemã DPA que apenas 25 famílias permaneciam no campo, na sua maioria pastores.

Os últimos deslocados partiram para as suas aldeias de origem, nas zonas rurais da província central de Homs e Damasco.

"Algumas famílias montaram tendas e usaram chapas de ferro e postes dos restos das suas tendas no campo até as suas casas serem reconstruídas", disse à DPA Khaled Hassan, um residente de Al Quaryatayn (Homs), a cidade que recebeu a última família do campo.

Após a queda do regime de al-Assad, a coligação vencedora da guerra civil síria tem prometido a pacificação do país e já conseguiu o fim das sanções internacionais a Damasco.

Leia Também: Síria proíbe crimes de honra e outras formas de execuções extrajudiciais

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