Na capital ucraniana, no habitual relatório matinal, a Força Aérea local referiu que os aparelhos não tripulados, tanto do tipo Shahed (suicidas), como 'drones' de réplica, foram lançados a partir das regiões russas de Milerovo, Kursk e Primorsko-Ajtarsk.
No total, 22 drones foram abatidos por tiros, enquanto os restantes 18 foram neutralizados no terreno ou devido a medidas de guerra eletrónica. Foi ainda detetado um míssil antinavio Onyx, lançado a partir da península da Crimeia, anexada pela Rússia, assim como dois mísseis guiados Kh-59/69, provenientes do espaço aéreo da zona ocupada da região ucraniana de Zaporijia.
Segundo a Força Aérea, a maioria dos ataques teve como alvo as regiões de Kharkiv e Donetsk, no nordeste e leste do país.
Na noite de sexta-feira para sábado, Kharkiv foi alvo de um dos ataques mais intensos desde o início da guerra, tendo causado ferimentos a duas dezenas de civis e sido registadas várias mortes ao longo do dia.
Hoje, as autoridades da região sul de Mykolaiv relataram o impacto de dois mísseis e de vários 'drones' na localidade de Kostiantinivka, onde deflagrou um incêndio num armazém e foi danificado equipamento agrícola ali guardado, sem que tenham sido reportados feridos.
Na Rússia, o governador da região de Tula, cerca de 200 quilómetros a sul de Moscovo, Dmitri Miliayev, deu conta de um incêndio na fábrica de azoto e amoníaco Azot após ter sido atingida por um 'drone' ucraniano.
"As defesas antiaéreas do Ministério da Defesa da Rússia continuam a proteger os habitantes de Tula contra ataques inimigos. Vários alvos aéreos foram abatidos. Na sequência da queda de um 'drone', deflagrou um incêndio na Azot. O fogo foi extinto", afirmou o responsável, numa mensagem publicada na plataforma Telegram.
Miliayev acrescentou que duas pessoas ficaram feridas no incidente, embora não estejam em perigo.
O governador indicou ainda que o serviço russo de proteção do consumidor (Rospotrebnadzor) e entidades ambientalistas locais estão a monitorizar uma eventual contaminação ambiental provocada pelo incêndio na fábrica química, mas até ao momento não foram detetados níveis de poluição acima do permitido.
"Os serviços de emergência continuam a operar no local", acrescentou o governador.
Por seu lado, o Ministério da Defesa russo informou do abate de 64 'drones' ucranianos sobre sete regiões da Rússia e sobre a península da Crimeia.
"Entre as 23h00 e as 07h30, hora de Moscovo, a defesa antiaérea russa intercetou e destruiu 61 'drones' de asa fixa sobre os territórios de Briansk, Belgorod, Kaluga, Tula, Oriol, Kursk, região de Moscovo e sobre a Crimeia», comunicou o comando militar russo na mesma rede social.
Pelas 09h00 (hora de Moscovo), a Defesa russa atualizou o número, acrescentando mais três 'drones' abatidos nas regiões de Belgorod, Briansk e Tula.
O governador de Briansk, Alexandr Bogomaz, referiu que 10 'drones' inimigos foram abatidos sobre a sua região, sem que tenham sido registados feridos ou danos. Já o homólogo de Kaluga, Vladislav Shapshá, informou que foram destruídos sete 'drones' e que três casas do distrito de Borovski sofreram "danos ligeiros" em telhados e janelas.
O autarca de Moscovo, Serguei Sobianin, comunicou igualmente o abate de 10 'drones' ao longo da noite, sendo o último posterior à nota mais recente do Ministério da Defesa, elevando para 65 o total de aparelhos não tripulados derrubados.
Devido aos ataques contra a capital russa --- que, segundo serviços de monitorização de 'drones' divulgaram nas redes sociais russas, visaram Moscovo a partir de três direções, a sul e a oeste --- os aeroportos de Domodedovo, Zhukovski e Vnukovo foram temporariamente forçados a suspender as operações.
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