Os participantes de vários países pretendem aproximar-se da fronteira entre o Egito e o enclave palestiniano para pressionar Israel a levantar o bloqueio ao territóriom, onde as Forças de Defesa isralitas combatem o movimento islamita palestiniano Hamas.
Seif Abu Kishk, porta-voz da organização da 'Marcha Global para Gaza' disse à Agência France Presse que 200 ativistas foram interpelados nos hotéis do Cairo, onde se encontravam hospedados, ou foram detidos no aeroporto da capital egípcia.
Hoje, Israel instou as autoridades egípcias a proibirem o que considerou provocações pró-palestinianas.
Neste momento estão previstas duas ações de solidariedade: uma do coletivo 'Marcha global para Gaza', que deve partir na sexta-feira do Cairo, e a caravana "Soumoud" que partiu de Tunes, Tunísia.
As autoridades egípcias reiteraram hoje que qualquer forma de ação pró-palestiniana organizada por "delegações estrangeiras" necessita de uma autorização prévia.
Até ao momento não foi comunicada qualquer declaração oficial sobre as detenções registadas no Egito e que foram denunciadas pelos organizadores do grupo 'Marcha Global para Gaza'.
De acordo com Seif Abu Kishk, entre os ativistas detidos encontram-se cidadãos norte-americanos, australianos, austríacos, holandeses, espanhóis, franceses, marroquinos, tunisinos e sul-africanos.
"O que aconteceu - as rusgas aos hotéis, os interrogatórios aos participantes, os telemóveis confiscados, as buscas às bagagens no aeroporto - foi completamente inesperado", disse Seif Abu Kishk.
O grupo 'Marcha Global para Gaza' declarou hoje que enviou um pedido de autorização oficial há várias semanas às autoridades egípcias e às embaixadas dos diferentes países envolvidos.
Até ao momento o grupo ativista não obteve qualquer resposta oficial.
A porta-voz da delegação francesa do grupo de ativistas, Catherine Le Scolan-Quéré, disse que ainda espera uma tomada de posição dos governos de Paris e do Cairo.
"De momento, a menos de 24 horas da marcha, todos se culpam uns aos outros", disse a porta-voz, sem precisar quantos ativistas franceses estão detidos no Cairo.
Um total de quatro mil ativistas de cerca de 40 países reservaram ligações aéreas para o Cairo para participarem na marcha, disseram os organizadores.
O objetivo do grupo de ativistas é sair do Cairo e viajar de autocarro até à cidade de Al-Arich, no norte do deserto do Sinai, 344 km a noroeste da capital, e depois caminhar até Rafah, no lado egípcio da fronteira de Gaza.
Entretanto, a caravana automóvel "Soumoud", de ativistas tunisinos, argelinos, marroquinos e mauritanos, está atualmente na Líbia e planeia fazer o mesmo trajeto no território do Egito a caminho da fronteira com a Faixa de Gaza.
Segundo os organizadores, o grupo 'Marcha Global para Gaza', a caravana 'Soumoud' e o veleiro 'Madleen', que foi intercetado na segunda-feira pelas autoridades israelitas, têm objetivos comuns mas são três movimentos diferentes.
Após 20 meses de guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque em solo israelita por parte do Hamas, Israel enfrenta uma pressão internacional crescente para permitir a entrada de mais ajuda humanitária no território palestiniano, a fim de aliviar a escassez generalizada de alimentos e bens de primeira necessidade.
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