Le Pen assume que Bardella é candidato à Presidência se ficar impedida

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, assumiu hoje que o seu sucessor, Jordan Bardella, será o candidato à Presidência se for mantida a pena de inelegibilidade a que foi condenada por desvio de fundos públicos.

French Prime Minister Bayrou receives far right leaders Le Pen and Bardella

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Lusa
12/06/2025 13:24 ‧ ontem por Lusa

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Por parte do União Nacional (RN, sigla em francês), "sou a única candidata à presidência porque espero que o tribunal de recurso corrija este erro grave cometido pelo tribunal, que considerou a minha culpa, que contesto formalmente, e decidiu precisamente impedir-me de ser eleita nas eleições presidenciais", disse Le Pen numa entrevista à rádio France Inter.

Em 31 de março, o Tribunal Correcional de Paris condenou Marine Le Pen a quatro anos de prisão, dois com pena suspensa, e a cinco anos de inelegibilidade para cargos públicos com aplicação imediata, o que, teoricamente, a impediria de se candidatar às eleições presidenciais francesas previstas para a primavera de 2027.

"Quero ter confiança" na justiça francesa em relação ao processo de recurso, afirmou Le Pen quando questionada sobre o recurso, marcado para o início de 2026 e com decisão prevista para o verão.

A potencial candidata presidencial da RN e oito eurodeputados do RN foram condenados por desvio de fundos do Parlamento Europeu para assistentes entre 2004 e 2016.

Quando questionada se Jordan Bardella, de 29 anos, está preparado para substituí-la como cabeça de lista para o Eliseu se a sua inelegibilidade for mantida, a líder do RN, que se quer candidatar pela quarta vez ao Eliseu, afirmou que tem as qualidades para ser Presidente, "porque pensa bem, tem boas ideias, uma boa visão".

"As coisas são muito claras: vamos fazer a campanha presidencial até ao julgamento de recurso e, se o Tribunal de Recurso decidir impedir-me de ser candidata - o que seria um escândalo mundial -, continuaremos a fazer campanha com ele", acrescentou.

O eurodeputado e presidente do RN, Jordan Bardella, foi o candidato do RN a primeiro-ministro nas eleições legislativas de julho de 2024, nas quais o partido conseguiu ser, de longe, o primeiro em número de votos na França, mas falhou no seu objetivo de chegar ao Governo e ficou muito longe de obter a maioria na Assembleia Nacional Francesa.

Desde a condenação de Marine Le Pen, a imprensa francesa está a prestar atenção às diferenças políticas e de ambição entre ela e Bardella, que ambos tentam negar.

Durante a entrevista, a presidente do grupo RN na Assembleia Nacional negou que existam "duas linhas" políticas no RN, a sua que é mais intervencionista e a de Bardella mais liberal em termos económicos, afirmando que "não há diferenças".

Relativamente à situação em Gaza, Le Pen lembrou que há anos defende que a solução passa por dois Estados, a Palestina ao lado de Israel, "mas não com o Hamas", defendendo que "não se pode forçar Israel a coexistir com um Estado terrorista".

A líder do RN afirmou ainda partilhar da ideia do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de "descartar definitivamente e aniquilar o poder de destruição do Hamas".

Le Pen aproveitou o momento para reiterar as críticas ao Presidente francês, Emmanuel Macron, que nas últimas semanas atacou o governo israelita pelos ataques contra a população palestiniana de Gaza na guerra contra o movimento islamita Hamas.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, "dá lições a Emmanuel Macron" ao sublinhar que todos os reféns nas mãos do Hamas devem ser libertados e que é preciso retirar todo o poder do Hamas em Gaza.

Numa carta enviada na segunda-feira a Macron, antes de uma conferência da ONU sobre a solução de dois Estados, que decorrerá de 17 a 21 de junho, em Nova Iorque, Abbas afirmou que um futuro Estado palestiniano "não tem qualquer intenção de ser um Estado militarizado".

Macron, que estará em Nova Iorque a 18 de junho, diz-se "determinado" a reconhecer um Estado palestiniano, mas também impôs várias condições, incluindo a "desmilitarização" do Hamas e a não participação do movimento na governação.

Leia Também: Marine Le Pen defende ofensiva israelita em Gaza

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