Detidos proprietários de discoteca na República Dominicana que colapsou

Os proprietários da discoteca Jet Set, cujo teto colapsou em 08 de abril na República Dominicana, causando 236 mortos, foram detidos na quinta-feira, adiantou a justiça do país das Caraíbas.

Victims of Jet Set nightclub roof collapse commemorated in Santo Domingo

© Lusa

Lusa
13/06/2025 06:32 ‧ ontem por Lusa

Mundo

República Dominicana

Antonio Espaillat López e a sua irmã Maribel Espaillat, proprietários da discoteca, são os primeiros a ser acusados neste caso, após cerca de meia centena de queixas apresentadas por familiares das vítimas.

 

"Os dois arguidos demonstraram imensa irresponsabilidade e negligência ao não terem realizado a intervenção física que teria impedido o desabamento do teto da discoteca, como ocorreu, provocando 236 mortos e mais de 180 feridos", pode ler-se no comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).

O Ministério Público atualizou o número de mortos na tragédia, agora fixado em 236, incluindo óbitos que ocorreram em contexto hospitalar. O balanço anterior era de 234 mortos.

O advogado de Espaillat, Miguel Valerio, tinha confirmado pouco antes à AFP que o seu cliente estava detido.

O desastre é considerado a maior tragédia do século na República Dominicana e provocou a morte da estrela do merengue Rubby Pérez, que estava a atuar em palco no momento do desabamento.

Aos 59 anos, Espaillat é um poderoso empresário na ilha, que também gere um conglomerado de media e um restaurante.

Apresentou-se em liberdade ao início do dia na Procuradoria-Geral da República, acompanhado pelo seu advogado e pela sua irmã.

"A família Espaillat deixou claro que está disposta a cooperar com a investigação", garantiu o seu advogado, em declarações aos jornalistas.

A pressão sobre as autoridades tem aumentado nos últimos dias, com acusações de que Espaillat estava a beneficiar de tratamento preferencial.

A detenção ocorreu um dia depois de uma comissão especial ter submetido o relatório técnico sobre as causas do desabamento à Procuradoria-Geral da República.

Leonardo Reyes Madera, que liderou a equipa de avaliação, recusou revelar o conteúdo do relatório, destacando à AFP que a divulgação destes dados é da responsabilidade do Ministério Público.

Segundo especialistas ouvidos fora do sistema judicial, as causas do acidente foram a sobrecarga do telhado com equipamento de ar condicionado excessivamente pesado e a deterioração gradual da estrutura do edifício devido à humidade acumulada e às vibrações prolongadas provocadas pela música alta e pelos bailarinos, tudo agravado pela falta de supervisão.

O próprio Espaillat declarou numa entrevista televisiva em 23 de abril que o local sempre teve problemas de infiltração de água e nunca foi inspecionado pelas autoridades.

Leia Também: Moscovo considera República Dominicana um "parceiro promissor"

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