"De acordo com as alegações do lado russo, os corpos são de cidadãos ucranianos, incluindo militares", anunciou o Centro Ucraniano de Coordenação para Prisioneiros de Guerra nas redes sociais.
As autoridades da Ucrânia irão agora realizar a sua própria "perícia necessária" para identificar estas pessoas e divulgaram imagens de vagões frigoríficos e de pessoas de fato branco, máscaras e luvas a descarregar sacos para cadáveres.
Durante negociações em Istambul, na Turquia, no início de junho, Kyiv e Moscovo concordaram em libertar todos os seus prisioneiros de guerra e devolver os restos mortais dos combatentes mortos.
Desde essa altura, os dois lados realizaram três rondas de trocas de prisioneiros, e a Ucrânia anunciou na quarta-feira que recuperou 1.212 corpos dos seus soldados mortos na frente de combate - uma das maiores operações deste tipo desde o início da invasão russa, em 2022.
A Rússia, por sua vez, anunciou que recuperou 27 restos mortais de soldados russos mortos, entregues pela Ucrânia na quarta-feira.
O repatriamento de corpos militares e a troca de prisioneiros de guerra são uma das poucas áreas em que Kyiv e Moscovo cooperaram desde o início da guerra, mas no último fim de semana, os dois países acusaram-se mutuamente de perturbar a cooperação.
No sábado passado, o principal negociador russo, Vladimir Medinsky, acusou a Ucrânia de "adiar inesperadamente a receção de corpos" de soldados mortos, bem como de ter adiado "a troca de prisioneiros de guerra para uma data não especificada".
Moscovo também já pediu publicamente a Kyiv que "recupere os corpos de 6.000 soldados ucranianos" que a Rússia aceitou devolver.
Kyiv nega estas informações, acusando Moscovo de "jogo injusto" e de "manipulação", explicando que "não tinha sido definida qualquer data" para as trocas de prisioneiros.
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