Ruas dos EUA encheram-se de protestos contra "autoritarismo de Trump"

Dezenas de milhares de pessoas saíram à rua no sábado nos Estados Unidos para protestar contra "o autoritarismo do Presidente, Donald Trump", e a sua política de imigração, após rusgas para apanhar migrantes que abalaram o país.

Protestos anti-Trump
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© Getty Images

Lusa
15/06/2025 07:27 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Trump

As manifestações em massa, convocadas em quase 2.000 cidades norte-americanas e que decorreram sob o lema "Dia sem Reis" -- pelo facto de os organizadores e os participantes considerarem que Trump se comporta como um - tinham como um dos objetivos eclipsar a parada militar que se realizou no mesmo dia em Washington D.C. para assinalar o 250.º aniversário das Forças Armadas, e não o 79.º aniversário de Trump, com o qual a cerimónia militar coincidiu.

 

O Presidente republicano enfrenta o descontentamento de grande parte da opinião pública por causa das recentes rusgas para apanhar migrantes ilegais que também desencadearam protestos e distúrbios noutras cidades, como Los Angeles, no Estado da Califórnia, para onde enviou na semana passada a Guarda Nacional e para onde o Pentágono destacou esta semana fuzileiros navais.

Embora o Governo federal tenha na sexta-feira suspendido a sua campanha de rusgas contra migrantes em certas áreas, como o setor agrícola e o setor da hotelaria e restauração, a maioria dos manifestantes dirigiu as suas palavras de ordem contra a atuação do Immigration and Customs Enforcement (ICE).

Em Nova Iorque, a chuva intensa não impediu que cerca de 50.000 pessoas ocupassem a famosa Quinta Avenida, fechada ao trânsito pela polícia, repetindo "Não ao ICE, não ao Ku Klux Klan, não aos fascistas!" ou "Como se soletra 'fascista'? I-C-E!", enquanto brandiam bandeiras palestinianas, norte-americanas e da comunidade LGBTI (Lésbicas, 'Gays', Bissexuais, Transgénero e Intersexuais), entre outras.

"A principal preocupação agora são as rusgas do ICE. Estão a ignorar todos os procedimentos legais para deportar imigrantes, estão a escolher pessoas só por causa da sua raça", declarou Michael, de 27 anos, residente na 'Big Apple', citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Por seu lado, Leonard, também morador na cidade, disse que, depois de viver sob vários Governos e participar em protestos históricos, como aqueles contra a Guerra do Vietname, este é "o pior cenário político" que presenciou nos seus 76 anos de vida.

Em Los Angeles, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas com bandeiras mexicanas nas mãos para protestar contra os ataques de Trump aos imigrantes, que ali provocaram violentos protestos e detenções esta semana.

Em frente ao edifício da Câmara Municipal, no centro da cidade, a multidão, uma das maiores da jornada de protestos de sábado, juntou-se no grito de "Não ao ICE!" e empunhou uma enorme faixa da Constituição.

Estima-se que cerca de 30.000 pessoas tenham participado no protesto maciço, em que esvoaçaram bandeiras mexicanas e que decorreu de forma pacífica.

Entretanto, milhares de pessoas concentraram-se também em West Palm Beach, na Florida, onde se situa a residência de Mar-a-Lago, de Donald Trump, para se manifestarem contra o seu vizinho mais famoso.

A rejeição do autoritarismo do Governo Trump e os apelos para a defesa da democracia estiveram presentes durante este protesto pacífico, que contou com observadores de grupos humanitários para garantir que os direitos dos participantes não eram violados, e no qual foram repetidas palavras de ordem a favor dos imigrantes, da comunidade LGTBI, da Ucrânia e da Palestina, entre outras causas.

Em Austin, capital do Texas, o Capitólio estadual -- a sede do parlamento -- foi evacuado no sábado devido a uma ameaça "credível" aos representantes que planeavam participar no protesto, que na cidade tinha início previsto às 17:00 (00:00 de hoje em Lisboa).

Na capital dos Estados Unidos, Washington D.C., vários grupos de pessoas ergueram faixas e protestaram contra o Governo à margem do local onde decorria a parada militar.

Por sua vez, Chicago deu início ao seu protesto, ao qual acorreram cerca de 20.000 pessoas, com um minuto de silêncio pelo assassínio da representante estadual do Minnesota, Melissa Hortman, do Partido Democrata, e do marido, no que aparenta ter sido "um ato de violência política", como o descreveu o governador do Estado, Tim Walz.

O presumível assassino de Hortman tinha anteriormente atacado a tiro o senador estadual John Hoffman, também do Minnesota, e a mulher, que se encontram hospitalizados depois de terem sido submetidos a cirurgias.

Em Filadélfia, cerca de 80.000 pessoas encheram as ruas da cidade considerada o berço do movimento independentista e da democracia norte-americana, numa manifestação a que se juntou Martin Luther King III, o filho mais velho de Martin Luther King Jr, o histórico ativista dos direitos civis assassinado em 1968.

Leia Também: Luso norte-americano: "Usamos 50 milhões para Trump festejar aniversário"

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