O procurador da província bananeira de Bocas del Toro, Joseph Navas, deu a ordem de detenção e captura de Francisco Smith, que está a ser investigado pela "alegada prática do crime contra a administração da justiça sob a forma de apologia" do crime, informou o ministro da Segurança Pública, Frank Ábrego, numa conferência de imprensa.
"Francisco Smith já foi levado para a Medicina Legal e está a caminho de Changuinola", a capital de Bocas del Toro, "onde o procurador irá proceder à coordenação para a audiência judicial correspondente", acrescentou o ministro.
Smith foi denunciado criminalmente há semanas pelo advogado e jornalista Senén Briceño, por crimes contra a segurança coletiva, crimes comuns, contra os meios de transporte, apologia do crime, entre outros.
A acusação relaciona-se com bloqueios de estradas que isolaram e mergulharam grande parte de Bocas del Toro no caos e levaram a empresa transnacional Chiquita Panamá - o principal empregador da província - a encerrar as operações e a despedir mais de 6.500 trabalhadores, incluindo trabalhadores sazonais e pessoal administrativo.
A detenção de Smith ocorreu depois do dirigente sindical ter assinado, esta semana, um acordo com Parlamento panamiano, no qual se comprometia a levantar todos os bloqueios de estradas em Bocas del Toro, o que não foi cumprido porque grupos, identificados pelas autoridades como sindicalistas, não reconheceram o acordo.
A assinatura do acordo constituía uma condição prévia para que o Executivo do país apresentasse ao Parlamento uma lei - aprovada à pressa pelos deputados - que restabelecia um regime especial de segurança social para o setor da banana, face à alegação dos sindicalistas de que este foi afetado por reformas na segurança social do país.
Ábrego informou ainda que 28 pessoas foram detidas entre sábado e domingo em Bocas del Toro, no âmbito da operação de desobstrução dos pontos da província que continuam bloqueados por pequenos grupos de "cidadãos da má vida", incluindo "membros de gangues", nas expressões do ministro.
A maioria destas pessoas foi detida na localidade de Almirante, quando tentaram incendiar a sede da polícia, disse Ábrego.
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