Uma jornalista da televisão estatal do Irão, que teve de abandonar a emissão durante uma explosão provocada por um ataque israelita, na segunda-feira, voltou em direto, minutos depois, num novo estúdio.
O momento tornou-se viral nas redes sociais e a apresentadora da IRIB está a ser considerada um ícone no Irão, onde é apelidada de "heroína".
Sahar Emami estava em direto quando uma explosão atingiu o seu estúdio, fazendo-a correr, enquanto destroços caíam e pessoas gritavam "Allahu Akbar" ("Deus é grande"). Pouco depois, voltou ao ar num outro estúdio. Viria ainda a juntar-se a outros colegas para gritar "morte a Israel" ao vivo.
A ação valeu-lhe elogios das autoridades iranianas, incluindo do líder supremo do Irão, Ali Khamenei. Segundo a Sky News, Sahar Emami é casada e mãe de um filho.
My mom and I were watching live when this happened.
— Narjes Rahmati 🇮🇷 نرجس رحمتی (@Narjes_Rahmati) June 16, 2025
My mom said that Sahar Emami's response perfectly shows the strength and pride of Iranian women.
Sahar Emami is our hero. 🫡🇮🇷 pic.twitter.com/5AKl9Zurky
Ms. Sahar Emami, the news anchor who courageously continued the news cast during an Israeli attack on Iran’s national television headquarters, returned to live broadcast minutes after a second attack.#Iran #Israel #IsraeliranWar #IsraelIranConflict #Tehran #TelAviv pic.twitter.com/oyGx2NLxWD
— Rizwan Haider (@ItsRizwanHaider) June 16, 2025
A agência de notícias estatal iraniana IRNA informou que pelo menos duas pessoas morreram no ataque - Nima Rajabpour, editora de notícias, e Masoumeh Azimi, membro da equipa administrativa.
Israel tinha emitido um alerta para a evacuação da zona da capital iraniana onde se encontram os estúdios de TV, uma hora antes dos ataques.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou que a emissora IRIB estava "à beira do desaparecimento" depois de o Exército ter emitido o aviso de evacuação.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão considerou o ataque "o cúmulo da cobardia".
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.
O conflito já fez centenas de mortos e feridos de ambos os lados.
Leia Também: Governo determina encerramento da embaixada portuguesa em Teerão