Num encontro com o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, no âmbito da cimeira do G7, que decorre em Kananaskis, no Canadá, Volodymyr Zelensky referiu que o ataque russo tinha sido dirigido principalmente "contra infraestruturas e a população".
"É uma grande tragédia", afirmou o Presidente ucraniano, que também reiterou que a Ucrânia "está pronta para negociações de paz e um cessar-fogo sem condições".
As autoridades ucranianas reviram hoje em baixa o número de vítimas mortais do ataque contra Kiev, para 10 mortos, depois de terem indicado que o ataque tinha custado a vida a 16 pessoas.
Segundo o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, ainda prosseguem as buscas, com "pessoas ainda sob os escombros" na capital ucraniana.
Por seu lado, Carney reafirmou o "apoio inabalável" do Canadá a Kiev "até que se alcance uma paz justa" para o povo ucraniano.
O primeiro-ministro canadiano acrescentou que a guerra na Ucrânia foi um dos temas de conversa durante o jantar de trabalho que os líderes das sete economias mais industrializadas do mundo (G7) tiveram na noite de segunda-feira em Kananaskis, com a presença do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Carney salientou que nessas conversas foi sublinhada a importância de "exercer a máxima pressão contra a Rússia face à recusa" de Moscovo em encetar negociações de paz.
O primeiro-ministro canadiano explicou que as medidas discutidas incluem "pressão financeira" e que, por isso, o Canadá anunciará hoje novas sanções contra indivíduos e entidades russas que estão a contribuir para a invasão da Ucrânia, entre eles cerca de 200 navios que compõem a chamada "frota fantasma", com a qual a Rússia costuma contornar as sanções impostas ao setor energético do país.
O G7 conclui hoje a 51.ª cimeira com uma série de sessões em que participarão os líderes de vários países fora do grupo: México, Ucrânia, Brasil, Índia, Austrália, Coreia do Sul e África do Sul.
Zelensky tinha uma reunião marcada com Trump em Kananaskis, mas o Presidente norte-americano decidiu inesperadamente abandonar a cimeira na noite de segunda-feira, após apenas um dia de trabalho, e regressar a Washington devido ao conflito entre Israel e o Irão.
Entretanto, o coordenador humanitário das Nações Unidas para a Ucrânia, Matthias Schmale, condenou os ataques russos da noite passada contra Kiev, Odessa e Zaporijia.
"O povo da Ucrânia não deveria ter de se refugiar em abrigos noite após noite", lamentou.
"Todos os dias, a guerra causa estragos devastadores aos civis", disse, num comunicado, recordando que "os ataques a civis e infraestruturas civis são proibidos pelo direito internacional humanitário".
"Os civis, incluindo as crianças, nunca devem ser alvo", reiterou, pedindo: "Não devemos normalizar a guerra".
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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