"Esta região já sofreu mais do que a sua quota-parte de guerra, perdas e deslocações. Não podemos permitir que se instale uma nova crise de refugiados", afirmou Filippo Grandi, citado pela agência de notícias AFP.
O responsável afirmou que a intensidade dos ataques entre as duas partes já está a provocar movimentos populacionais em ambos os países.
Os ataques em Israel levaram as pessoas a procurar refúgio noutros locais do país e, em alguns casos, no estrangeiro.
"O momento para desativar a situação é agora. Uma vez que as pessoas são forçadas a fugir, não há retorno rápido - e, com demasiada frequência, as consequências perduram por gerações", acrescentou.
Israel declarou no sábado que tinha lançado novos ataques aéreos contra locais de armazenamento e lançamento de mísseis no centro do Irão.
Teerão respondeu com uma barreira de fogo que, de acordo com as autoridades israelitas, matou pelo menos 25 pessoas.
O Irão acolhe o maior número de refugiados do mundo, cerca de 3,5 milhões, a maioria dos quais provenientes do Afeganistão.
Se o conflito persistir, as populações refugiadas que já se encontram no Irão "enfrentarão também uma incerteza renovada e dificuldades ainda maiores", acrescentou o ACNUR.
A agência apelou a "um desanuviamento urgente do conflito" e instou os países da região a respeitarem o direito das pessoas a procurar segurança.
O governo israelita afirma que a vaga de ataques sem precedentes que lançou contra o Irão desde 13 de junho tem por objetivo impedir o seu rival de desenvolver armas nucleares - uma ambição que Teerão nega firmemente.
Israel tem mantido a ambiguidade sobre o seu próprio arsenal atómico, não confirmando nem negando oficialmente a sua existência, mas o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo afirma que possui 90 ogivas nucleares.
O Irão não reconhece Israel e acusa-o de sabotar a sua infraestrutura nuclear e de assassinar vários dos seus cientistas.
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