Em "apenas cinco segundos" Portugal parou. Apagão gerou caos e stress

De norte a sul do país, Portugal esteve às escuras, à exceção dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, com diversas autarquias a ativarem o plano de emergência municipal. Apagão provocou uma falha generalizada de energia, a desconexão das comunicações móveis e perturbações no comércio, na indústria e, sobretudo, na rede de transportes.

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Notícias ao Minuto com Lusa
29/04/2025 08:52 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

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Apagão

Sem que nada fizesse prever, Portugal ficou 'às escuras' esta segunda-feira, 28 de abril. Com praticamente todos os sistemas parados, o caos instalou-se e chegou também a desinformação. 

 

O  corte generalizado no abastecimento elétrico afetou desde as 11h30 de ontem Portugal e Espanha e continua, até ao momento, sem ter explicação por parte das autoridades.

O primeiro sinal por parte do Governo foi dado pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que confirmou à Lusa que o Executivo tinha criado um grupo de trabalho para acompanhar o apagão. Apontou, no imediato, que o problema "terá tido origem" fora de Portugal.

Começavam também as teorias e uma falsa notícia, assinada pela CNN, rapidamente se espalhou e dava conta de que "agências de cibersegurança da União Europeia apontaram os grupos russos apoiados pelo Estado como os principais suspeitos por detrás das perturbações". Pouco depois, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitia que o apagão energético podia ser devido a um ciberataque e também estava a afetar Espanha, França e Alemanha.

No entanto, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) afirmou que não tinham sido identificados até ao momento indícios que apontem para um ciberataque na falha na rede elétrica, tal como a vice-presidente executiva da Comissão Europeia Teresa Ribera, que disse não existirem para já provas nesse sentido, admitindo, porém, uma "das maiores falhas no sistema" na União Europeia (UE).

Condicionamentos nos transportes e confusão no trânsito. Hospitais e escolas meio gás

As comunicações foram afetadas, aeroportos e metros fechados, registaram-se congestionamentos no trânsito nas grandes cidades, com os semáforos sem funcionar e o número de carros a aumentar. Ao mesmo tempo, as pessoas acumularam-se nas paragens de autocarros, dos poucos transportes públicos que continuaram em funcionamento. 

Também os hospitais ativaram os planos de contingência e limitaram a atividade a cuidados urgentes. Houve ainda constrangimentos em algumas escolas do país, mas pela noite o Governo assegurava que hoje as aulas retomariam normalmente. 

Pilhas para o rádio, supermercados vazios e corrida aos combustíveis

Sem energia, muitos saíram em busca de pilhas e velas. Além disso, sem conseguir pagar com multibanco, muitos correram também para levantar dinheiro. 

Muitos estabelecimentos comerciais acabariam por fechar, enquanto outros - com portas automáticas que deixaram de o ser e grades que fecham eletronicamente - permaneciam guardados por funcionários, de plantão.

Houve corrida a enlatados, água engarrafada, papel higiénico, mas também aos combustíveis, onde ainda era possível abastecer. 

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Notícias ao Minuto | 08:45 - 29/04/2025

Na rua não se falava de outra coisa e as esplanadas encheram-se de gente para beber algo fresco, enquanto outros se abasteceram de pão. Houve também que se mantivesse no carro para ouvir a rádio e obter notícias. 

O restabelecimento da energia 

O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo do dia, começando pela zona centro do país. E há medida que a luz ia ressurgindo, vinham também os festejos. 

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, que já tinha falado ao longo da tarde, veio já à noite apelar à população que ainda não tinha energia elétrica nas suas casas para que mantivessem a tranquilidade, assegurando que não faltaria "muito tempo" para verem a situação normalizada. Pedia ainda, a quem já não estava 'às escuras', que moderassem os consumos.

Montenegro assinalou que as autoridades ainda estão "a apurar o que aconteceu" e não há, para já, "uma conclusão". "Queremos tirar todas as conclusões do que correu bem e menos bem", disse.

Já o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse que não está descartada nenhuma hipótese para explicar o apagão elétrico na Península Ibérica, um "desaparecimento súbito", em "apenas cinco segundos", de 15 gigawatts de produção.

"Nunca tinha acontecido uma queda a zero do sistema", disse Sánchez, numa declaração ao país em Madrid, após a segunda reunião do dia do Conselho Nacional de Segurança de Espanha.

Esta terça-feira de manhã, por cá, os transportes públicos retomavam a circulação (só com o Metro de Lisboa a registar mais dificuldades) e o fornecimento de combustível também estava normalizado. 

O ministro da Presidência viria a informar, por volta das 8h00, que a energia elétrica já foi reposta aos 6,4 milhões de clientes do país, que está agora "ligado com normalidade" e, durante a noite, não se verificaram perturbações de segurança ou de proteção civil.

País

País "ligado com normalidade" e noite sem incidentes de segurança

A energia elétrica já foi reposta aos 6,4 milhões de clientes do país, que está agora "ligado com normalidade" e, durante a noite, não se verificaram perturbações de segurança ou de proteção civil, adiantou hoje o Governo.

Lusa | 08:13 - 29/04/2025

O Conselho de Ministros terá nova reunião hoje (terça-feira) pelas 11h30, para nova atualização da situação.

Leia Também: Apagão adiou desporto. Em Espanha, houve 'jogo fantasma' que ninguém viu

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