Durante o seminário sobre violência doméstica que decorreu hoje no edifício da Polícia Judiciária, em Lisboa, Maria Cristina de Mendonça explicou que o estudo 'O suicídio das vítimas de violência doméstica, como uma consequência pouco conhecida desta forma de violência' terá como objeto de análise os últimos dez anos e será centrado nas vítimas deste crime.
"É o suicídio da vítima. Vamos fazer o levantamento dos casos de suicídio dos últimos dez anos e vamos fazer esse levantamento por género", explicou Maria Cristina Mendonça, acrescentando que esses dados serão cruzados com queixas apresentadas às forças de segurança.
A realização do estudo partiu da assinatura de uma parceria entre a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI) e o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que foi assinada a 28 de maio.
De acordo com uma nota publicada no 'site' da secretaria-geral do MAI, tem como objetivo "analisar retrospetivamente os suicídios de mulheres e associá-los ou não a situações de violência doméstica" nos últimos dez anos.
No âmbito do seminário que decorreu hoje, o procurador-geral da República defendeu que, nos casos de violência doméstica, não deve ser a vítima a abandonar a casa e o ambiente familiar, mas sim o agressor, e apelou para que sejam feitas mudanças neste sentido.
"Pretendo sensibilizar a senhora ministra da Justiça no sentido de que, no meu ponto de vista, o agressor é que deve abandonar a casa e não a vítima. Não faz sentido a situação atual e devemos pensar essa situação", defendeu Amadeu Guerra.
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