Benfica e Sporting defrontam-se no sábado, pelas 18h00, no Estádio da Luz, naquele que promete ser um dos maiores jogos em Portugal dos últimos anos. Isto acontece porque os rivais da capital portuguesa decidem o título de campeão nacional nesta penúltima jornada da I Liga.

Ambas as equipas encontram-se em igualdade pontual antes do dérbi, com uma vitória por dois ou mais golos a dar o troféu aos encarnados, sendo que uma vitória do Sporting entrega o 'caneco' aos leões. Por sua vez, um empate atira as decisões para a última jornada.

Ao longo dos próximos dias, o Desporto ao Minuto vai contar com os testemunhos e os prognósticos de vários antigos jogadores de Benfica e Sporting, sendo que esta quinta-feira é a vez de Bruno Basto fazer a antevisão o dérbi, depois de Álvaro Magalhães e Carlos Xavier.

Em entrevista exclusiva, o antigo jogador do Benfica, clube pelo qual fez 58 jogos e marcou um golo, de 1997/98 a 1999/00, afirma que Rui Borges não pode jogar para o empate e refere que fator casa dá favoritismo aos encarnados.

Quem está mais forte neste momento? Benfica ou Sporting?

Acho que estão os dois equiparados. As equipas estão confiantes, vêm de resultados positivos, com vitórias do Benfica frente ao Estoril e do Sporting frente ao Gil Vicente. Vai ser uma final autêntica porque é o penúltimo jogo do campeonato, estão os dois com os mesmos pontos por isso acho que, neste momento, estão muito equiparados.

Que pecado Bruno Lage não pode cometer neste dérbi?

Estes são jogos que envolvem muita coisa, dependem de muita coisa. Acredito que este jogo se vá decidir ao mínimo detalhe, pelo que todos têm de ter uma concentração máxima. É como se fosse uma final, apesar de ainda haver dois jogos, porque quem ganhar fica mais próximo seguramente, apesar de o Sporting ter já uma vantagem no confronto direto. O Benfica sabe que, para ser campeão, o empate pode não chegar.

Como avalia a gestão feita pelo treinador no que diz respeito aos cartões amarelos? 

As pessoas têm de falar muito disto, e entendo. A comunicação social faz com que isto atinja uma dimensão diferente, mas isto são coisas que se passam. Tem de se gerir o plantel. Os treinadores e s jogadores querem todos jogar nestes grandes eventos e estar em risco de levar um cartão e poder não jogar este jogo, que é quase como uma final do campeonato.... É normal que os treinadores tenham alguns cuidados para diminuir as utilizações nos jogos anteriores e ter o jogador disponível.

São coisas que existem no futebol e faz parte. Os treinadores querem ter os melhores jogadores e todos os jogadores querem estar disponíveis para estes eventos, pelo que acho que a gestão se faz da melhor maneira possível. Acredito que a opinião pública é que faz isto ser um tema maior do que realmente é.

Quem é o jogador que poderá ser, de facto, decisivo neste dérbi?

Sem dúvida que o Gyokeres tem sido um jogador preponderante, do lado do Sporting, mas o Gyokeres só é forte e só é bom se a equipa funcionar, como no Benfica, que tem jogadores como o Pavlidis ou o Arturkoglu. Não sei se o Di María estará bem fisicamente ou não, portanto tem muitos jogadores que podem fazer a diferença. São jogos que se definem por coisas mínimas.

A pressão existe mesmo neste tipo de jogos ou entrando em campo tudo isso desaparece? 

A pressão existe sempre, mas estamos a falar de jogadores que, mesmo qualquer miúdo já está habituado a jogar a um nível elevadíssimo. Portanto é normal que a pressão exista, dado que é um jogo que pode determinar uma grande conquista para cada uma das equipas, mas quando se entra para o aquecimento e quando o árbitro apita, toda essa pressão passa ao lado e os jogadores concentram-se no que têm de fazer.

Se fosse um miúdo que se vai estrear na primeira equipa, claro que a pressão é muito superior à de um jogador que já jogou Campeonato do Mundo, Liga dos Campeões... A maior parte dos jogadores que certamente irão estar nos onzes iniciais já têm uma maturidade muito grande e contam com presenças em grandes eventos. Hoje em dia, desde muito jovem que um jogador disputa competições europeias e seleções nacionais... A pressão acaba por ser diminuta.

Que impacto este jogo decisivo no campeonato pode ter, dias depois, na Taça de Portugal?  

A equipa que ganha pode ter um alívio de já ter conquistado o campeonato. Vão estar mais relaxados, enquanto que os vencidos vão estar feridos e vêm esse jogo como uma possibilidade de conseguir um título, depois também depende do que cada jogador sente. Pode dar mais força à equipa ferida do que à equipa que vencer o campeonato, porque as coisas depois ficam mais tranquilas com um troféu.

Este será um dérbi ainda mais quente. A segurança dos adeptos deve ser uma preocupação maior? 

Espero que sim. Os adeptos, hoje em dia, têm de ser cada vez mais adeptos. Eles devem ir para apoiar, para dar uma força extra às equipas e não como, infelizmente, se tem falado onde há uma minoria de adeptos que vão para criar confrontos, para criar medo e coisas que nada têm a ver com o futebol.

O futebol tem tudo para ser um dos espetáculos mais bonitos do mundo e que move multidões e paixões, mas as pessoas que vão são as mesmas que devem defender os interesses do seu clube e não iniciar confrontos como muitas vezes se tem visto. As pessoas deviam poder sentar-se umas ao lado das outras, com respeito, festejar os golos de cada equipa. O futebol deveria ser isto e não essas confusões que depois trazem muita tristeza a muitas famílias, não só em Portugal, como em todo o mundo.

Prognóstico para o jogo?

Como se dizia antigamente, prognósticos só no final do jogo. É difícil, mas honestamente espero que seja um grande espetáculo de futebol e que todos os intervenientes - adeptos, dirigentes, jogadores, árbitros - estejam ao nível deste grande momento para o futebol português e que vença o melhor. Resultado? 2-0 para o Benfica.

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