"Ir às várias diásporas e encontrar empresários, empreendedores e investidores, gente com capacidade para investir noutros países, mas privilegiando essa dimensão que é a língua comum, que é o fator de união", disse Paulo Sande à Lusa, à margem da sessão de apresentação da Câmara, hoje na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, quando questionado sobre a primeira prioridade desta nova entidade.
A Câmara, disse, aponta para relações económicas "não apenas entre Estados que falam português, mas também entre os povos que não estão apenas nos nove Estados, mas sim espalhados pelo mundo nas diásporas que são uma força, uma riqueza, e têm um potencial que não foi explorado ou desenvolvido", acrescentou o antigo conselheiro do Presidente da República.
Nas declarações à Lusa, Paulo Sande salientou que um dos objetivos "é fazer a ligação e ajudar a potenciar as relações económicas e de desenvolvimento, com o português como pano de fundo, e que seja uma forma de tornar a lusofonia ainda mais importante para os povos e países".
Para o dirigente da nova Câmara, esta entidade não é uma organização portuguesa, apenas nasceu em Portugal, e "é de todas as diásporas espalhadas pelo mundo".
"O primeiro trabalho é o mapeamento, onde estão, quem são os empresários, as empresas e ajudar a convencê-los desta realidade que existe, mas que está mais dependente da dimensão institucional do que das pessoas", disse o também professor universitário.
Nas declarações à Lusa, Paulo Sande explicou ainda que "um dos primeiros trabalhos será o estabelecimento de relações institucionais, fazer-se observador da CPLP, e encetar contactos e protocolos com câmaras de comércio em várias regiões onde se fala português", concluindo que está para breve uma "grande ação no plano económico no âmbito do mundo lusófono".
Na sessão de apresentação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma mensagem por vídeo,destacou que "o nome da Câmara mostra que abarca tudo" e que os objetivos são "muito ambiciosos".
O secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, anfitrião do evento, salientou a importância do novo pilar económico, lembrando que "a descontinuidade geográfica [entre os países lusófonos] revela oportunidades, oferece à CPLP a possibilidade de se estabelecer como uma plataforma estratégica em várias áreas como a capacitação, aprendizagem, negócios, comércio e investimento".
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