O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, esta segunda-feira, que a Rússia está pronta para iniciar conversações de paz com a Ucrânia sem quaisquer condições prévias, mas que um sinal de disponibilidade deve partir de Kyiv.
De acordo com a imprensa estatal, esta posição surge depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter questionado a vontade do líder russo, Vladimir Putin, em parar a ofensiva.
"O lado russo confirmou repetidamente a sua disponibilidade, como confirmado pelo presidente, para iniciar negociações com a Ucrânia sem quaisquer condições prévias", disse Peskov.
"O sinal deve vir de Kyiv. Devem, pelo menos, tomar algumas medidas a este respeito. Ainda existe uma proibição legal. Até agora não vimos qualquer ação", acrescentou, segundo cita a agência estatal TASS.
De realçar que, ontem, Donald Trump disse acreditar que a Ucrânia está pronta para desistir de recuperar a península da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, com as negociações a entrarem numa "semana crucial".
Embora Kyiv tenha até agora afastado a ideia de abandonar a península, que a Rússia anexou em 2014, o líder norte-americano disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderia mudar de posição.
Horas antes, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia está "mais próximo do que em qualquer outro momento nos últimos três anos, mas ainda não foi alcançado".
Em relação ao estado das negociações, Rubio disse, durante um programa da televisão NBC, que "tem motivos para ser otimista e também para se preocupar".
Zelensky e Trump marcaram presença no funeral do Papa Francisco na Praça de S. Pedro, no sábado, tendo, antes do funeral, conversado num encontro privado no interior da basílica que, segundo a Casa Branca, foi "muito produtivo".
Horas depois do encontro, Trump ameaçou com novas sanções o presidente russo, Vladimir Putin, porque "demasiadas pessoas estão a morrer" na Ucrânia e a situação faz parecer que o seu homólogo "não quer parar a guerra".
Leia Também: Putin agradece às tropas norte-coreanas: "Defenderam a nossa Pátria"