Após impasse, Ucrânia e EUA assinam acordo. O que é e como se chegou aqui

O acordo para um "fundo de investimento para a reconstrução" da Ucrânia, que prevê o acesso privilegiado dos EUA a projetos de exploração de minerais ucranianos, foi assinado após meses de impasse entre Kyiv e Washington.

Notícia

© Yulia Svyrydenko/X

Notícias ao Minuto com Lusa
01/05/2025 09:17 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A Ucrânia e os Estados Unidos da América assinaram, na quarta-feira, um acordo para um "fundo de investimento para a reconstrução" do país invadido pela Rússia, após meses de impasse. 

 

O acordo vai providenciar ao Estados Unidos o acesso privilegiado a novos projetos de investimento que permitam desenvolver os recursos naturais da Ucrânia, incluindo o alumínio, grafite, petróleo e gás natural.

O documento foi assinado em Washington após meses de incerteza e tensões entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump.

Em comunicado, o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, sublinhou que "nenhum Estado ou indivíduo que tenha financiado ou fornecido a máquina de guerra russa poderá beneficiar da reconstrução da Ucrânia".

Já a vice-primeira-ministra e ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, confirmou na rede social X que assinou, em nome de Kyiv, o acordo "entre a Ucrânia e os Estados Unidos para a criação do Fundo de Investimento para a Reconstrução Estados Unidos-Ucrânia".  

"Agradeço a todos os que contribuíram para este acordo e ajudaram a torná-lo mais forte. Este documento é suscetível de ser bem-sucedido para ambos os nossos países - Ucrânia e Estados Unidos", adiantou.

O que estabelece o acordo?

Apesar de o governo norte-americano não ter divulgado quaisquer detalhes sobre o acordo, uma fonte com conhecimento do processo adiantou ao New York Times que o documento final não inclui garantias explícitas de futura assistência militar ou de segurança à Ucrânia. Outra fonte referiu também que essa reivindicação de Kyiv foi rapidamente rejeitada pelos Estados Unidos.

Já segundo a agência de notícias Associated Press (AP), os EUA pretendem aceder a mais de 20 matérias-primas da Ucrânia consideradas estrategicamente críticas para os seus interesses, incluindo o titânio, utilizado no fabrico de asas de aeronaves e outras indústrias aeroespaciais, e o urânio, que é utilizado na energia nuclear, equipamento médico e armas.

Documento foi assinado após meses de tensão entre Zelensky e Trump

Uma versão anterior do texto devia ter sido assinada durante a visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, no final de fevereiro, mas a altercação sem precedentes com Trump em direto da Sala Oval precipitou a partida sem assinar o acordo.

Uma nova versão, proposta por Washington em março, foi considerada pelos deputados e pela comunicação social ucranianos muito desfavorável.

No decurso das negociações, esse documento foi transformado numa versão mais aceitável para Kyiv, segundo responsáveis ucranianos. Já na quarta-feira, o secretário do Tesouro norte-americano declarou que os Estados Unidos estavam prontos para assinar o acordo sobre minerais, detalhando que os ucranianos "decidiram [na terça-feira] à noite fazer algumas alterações de última hora".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

Leia Também: Grandes áreas de terras agrícolas perto de Chernobyl são novamente seguras

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas