Índia e Paquistão voltam a trocar tiros em Caxemira apesar de apelos à calma

A Índia e o Paquistão voltaram hoje a trocar tiros em Caxemira, um território disputado que tem estado sob tensão desde um atentado mortal em abril, apesar de os Estados Unidos terem apelado ao desanuviamento.

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© HABIB NAQASH/AFP via Getty Images

Lusa
01/05/2025 09:34 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Caxemira

Nova Deli considera Islamabade responsável pelo ataque de 22 de abril, que matou 26 civis e que nunca foi reivindicado.

 

Após uma série de sanções diplomáticas, acordos não cumpridos e vistos anulados, os dois países começaram a trocar breves disparos noturnos na Linha de Controlo (LoC), a fronteira 'de facto' em Caxemira.

Pela sétima noite consecutiva, os soldados paquistaneses, por vezes apenas a algumas dezenas de metros de distância em certos pontos da linha de 770 quilómetros abriram fogo, segundo o exército indiano.

"É cada vez mais difícil comprar alimentos porque as estradas estão bloqueadas e todas as lojas foram afetadas", declarou Mohammed Chabbir, um operário de Muzaffarabad, a maior cidade da Caxemira paquistanesa, à agência de notícias France-Presse (AFP).

Islamabade anunciou que tinha abatido dois pequenos 'drones' de vigilância indianos que tinham entrado no seu espaço aéreo em Caxemira no espaço de 24 horas.

Num sinal de tensão crescente, a Índia anunciou na quarta-feira à noite que ia fechar o espaço aéreo aos aviões paquistaneses, em resposta a uma decisão semelhante tomada pelo Paquistão em 24 de abril.

Embora o Paquistão negue qualquer envolvimento, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, autorizou uma resposta militar, o que suscita receios de um agravamento da situação.

O Paquistão admitiu estar a antecipar um ataque indiano para breve.

O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, apelou à calma das duas potências nucleares, que travaram várias guerras desde a dolorosa divisão em 1947, aquando da partida do colonizador britânico.

Rubio "encorajou a Índia a trabalhar com o Paquistão para reduzir as tensões e manter a paz e a segurança no sul da Ásia", segundo a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.

O homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, exigiu que aqueles que "perpetraram, apoiaram e planearam" o ataque de Pahalgam sejam "levados à justiça".

A polícia indiana afirmou estar à procura de dois paquistaneses entre os assaltantes.

Islamabade negou qualquer ligação com os atos de violência e disse estar disponível para participar num "inquérito neutro".

Rubio disse na quarta-feira ao primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, que esperava que as "autoridades paquistanesas cooperassem na investigação do ataque abominável".

Sharif respondeu acusando a Índia de provocações e de "procurar uma escalada", de acordo com o seu gabinete.

Na Caxemira controlada pela Índia, as forças de segurança têm estado empenhadas numa gigantesca operação para tentar encontrar os autores e respetivos cúmplices do atentado de 22 de abril.

Na região predominantemente muçulmana, estão a intensificar as detenções e os interrogatórios, tendo já questionado 2.000 pessoas.

Também destruíram nove casas ligadas aos suspeitos do atentado, segundo a AFP.

A polícia indiana divulgou o retrato de três deles, dois dos quais paquistaneses.

Acusa-os de pertencerem a um grupo próximo do movimento jihadista Lashkar-e-Taiba com base no Paquistão, já suspeito dos atentados que mataram 166 pessoas em Bombaim em novembro de 2008.

Leia Também: EUA pedem que Paquistão condene atentado em Caxemira e apoie investigação

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