O advogado de 57 anos regressou à Tanzânia em 2023, após cinco anos de exílio na Bélgica. Foi detido a 09 de abril, após uma reunião do partido Chadema, que dirige desde janeiro.
Julgado por traição, o seu advogado anunciou, no fim de semana, que Tundu Lissu iria entrar em greve de fome como forma de protesto.
Hoje, numa resolução aprovada de braço no ar na sessão plenária de Estrasburgo (França), os eurodeputados condenaram a sua detenção e exigiram a "libertação imediata", reiterando a firme oposição da UE à pena capital.
O texto não vinculativo dos eurodeputados "exprime profunda preocupação com as acusações politicamente motivadas". No mesmo comunicado, os deputados "apelam às autoridades para que restabeleçam a plena participação do partido Chadema nas eleições previstas para outubro de 2025".
Por outro lado, denuncia-se "a escalada da repressão na Tanzânia, as detenções arbitrárias e o assédio à oposição, aos defensores dos direitos humanos, aos ativistas LGBTQI+, aos jornalistas e às organizações da sociedade civil".
Tundu Lissu, que sobreviveu a uma tentativa de assassínio em setembro de 2017, é um crítico do Chama Cha Mapinduzi (Partido da Revolução - CCM), partido que está no poder desde a independência em 1961. E apelou à mudança após uma nova vitória esmagadora do CCM nas eleições autárquicas de novembro, um escrutínio manipulado, segundo a oposição.
No final de abril, uma manifestação de apoio a Tundu Lissu em frente ao tribunal de Dar es Salaam, onde deveria comparecer, foi violentamente reprimida e 13 funcionários do partido Chadema detidos.
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