Conflito Índia-Paquistão "não é da conta dos EUA"

O vice-Presidente norte-americano, JD Vance, defendeu hoje que o conflito entre a Índia e o Paquistão "fundamentalmente não é da conta" dos Estados Unidos, rejeitando o "envolvimento numa guerra".

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Lusa
08/05/2025 23:28 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

JD Vance

"O que podemos fazer é encorajar [a Índia e o Paquistão] a reduzir a escalada, mas não nos vamos envolver numa guerra que, fundamentalmente, não é da nossa conta", afirmou JD Vance, que visitou a Índia há poucas semanas, numa entrevista ao canal conservador Fox News.

 

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, apelou hoje a um alívio das tensões entre a Índia e o Paquistão, ambas potências nucleares, e instou Islamabad a cessar "todo o apoio a grupos terroristas".

Num telefonema com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos "sublinhou a necessidade de uma redução imediata da escalada", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, através de um comunicado.

"Manifestou o apoio dos Estados Unidos ao diálogo direto entre a Índia e o Paquistão e encorajou a continuação dos esforços para melhorar as comunicações", acrescentou a porta-voz.

Durante o telefonema com Sharif, Rubio "reiterou os seus apelos para que o Paquistão tome medidas concretas para pôr termo a todo o apoio a grupos terroristas", indicou ainda Tammy Bruce.

Na quarta-feira, O Presidente norte-americano, Donald Trump, instou a Índia e o Paquistão a cessarem imediatamente as hostilidades, numa altura em que os dois países vizinhos se envolveram no mais sério confronto militar das últimas duas décadas.

A tensão entre os dois países vizinhos aumentou desde o ataque, de 22 de abril, que matou 26 turistas indianos em Pahalgam, uma cidade turística da Caxemira indiana.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar os homens armados que levaram a cabo o ataque, acusação que Islamabad nega.

Depois de várias medidas diplomáticas e uma série de incidentes ao longo da fronteira que separa os dois países em Caxemira, Nova Deli lançou, na terça-feira à noite, ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam "locais terroristas", na província de Punjab.

Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, na quarta-feira de manhã, uma sequência de bombardeamentos realizados por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.

Hoje, a Índia anunciou que 13 civis morreram e 59 ficaram feridos na Caxemira em retaliação pelo ataque paquistanês lançado na quarta-feira sobre o seu território e o Paquistão afirmou que abateu um drone indiano em Lahore.

Um dia depois do confronto militar mais violento das últimas duas décadas entre os dois países, o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano avisou hoje que um novo ataque do Paquistão provocará uma "resposta muito forte" da Índia.

A ameaça foi feita um dia depois de o Paquistão ter garantido que vai vingar os mortos causados pelos ataques aéreos indianos.

A Índia e o Paquistão acusaram-se hoje mutuamente de efetuar ataques com 'drones', com explosões a serem sentidas na Caxemira sob administração indiana, mais precisamente na cidade de Jammu.

A região de Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram Estados independentes, em 1947, mas ambos os países continuam desde então a reivindicar total soberania sobre a região.

 Os dois adversários partilham mais de 2.900 quilómetros de fronteira terrestre.  

A parte indiana de Caxemira é palco de uma rebelião separatista iniciada em 1989 que já fez dezenas de milhares de mortos entre rebeldes, soldados indianos e civis.  

Os dois países acusam-se mutuamente de apoiar grupos armados do outro lado da fronteira.  

A Índia - o país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes - e o Paquistão - com 240 milhões - possuem ambos armas nucleares e Forças Armadas poderosas.

Leia Também: JD Vance acredita que acordo com Irão está no "bom caminho"

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