O presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursa esta sexta-feira em Moscovo, no âmbito das celebrações do Dia da Vitória. Num discurso que durou cerca de dez minutos, Putin começou por dizer que "a verdade e a justiça" estão do país que lidera e falou da guerra na Ucrânia.
"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam aqueles que participam na operação militar especial. Estamos orgulhosos da sua coragem e tenacidade, essa força de espírito que sempre e só nos trouxe a vitória", disse Putin.
"A Rússia tem sido e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo", acrescentou o chefe de Estado.
Por outro lado, Putin prestou homenagem ao papel desempenhado pelos países aliados na derrota das tropas de Hitler.
"Lembrar-nos-emos sempre que a abertura de uma segunda frente na Europa, após as batalhas decisivas no território da União Soviética, tornou a vitória mais próxima", afirmou, acrescentando: "Valorizamos muito a contribuição dos soldados dos exércitos aliados para a nossa vitória comum."
"Olharemos para os nossos veteranos que demonstraram um verdadeiro amor pela pátria, que decidiram defender o seu lar. Teremos sempre isso no nosso coração", apontou.
"E guardá-lo-emos para as gerações futuras e mostraremos a nossa união nos assuntos militares e civis, em atingir objetivos para a Rússia e para o bem-estar da Rússia", acrescentou, referindo: "Glória ao povo que ganhou a guerra."
A Rússia assinala sempre no dia 9 de maio o final da II Guerra Mundial (1939-1945) mantendo a tradição que se prolonga desde a era soviética. Este conflito fez mais de vinte milhões de mortos na União Soviética.
A Rússia confirmou na terça-feira a presença de 29 chefes de Estado e de governo na parada militar, entre os quais o primeiro-ministro eslovaco, o populista Robert Fico, que deste modo se distancia dos restantes parceiros da União Europeia. O presidente da China, Xi Jinping, está também presente no dia de celebração da vitória contra o nazismo.
O desfile conta com a presença de outros líderes, havendo também representação de países que fizeram parte da União Soviética e lutaram contra o nazismo nas fileiras do Exército Vermelho, como o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, e o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
O líder checheno, Ramzan Kadyrov, deslocou-se igualmente à capital russa, tendo sido hoje recebido por Putin um dia depois de ter pedido para ser afastado do cargo, tendo ambos elogiado as conquistas e o desenvolvimento na antiga república separatista.
As celebrações do Dia da Vitória têm sido, porém, ameaçadas por relatos de ataques de drones ucranianos contra Moscovo e graves interrupções nos quatro aeroportos da capital. O reforço da segurança durante as celebrações levou também a restrições no serviço de internet por telemóvel e de outros serviços, como bancos, transportes e supermercados.
O Dia da Vitória é o feriado secular mais importante da Rússia. Paralelamente, o presidente russo ordenou um cessar-fogo na Ucrânia de 8 a 10 de maio para assinalar a efeméride.
[Notícia atualizada às 9h26]
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