"A pressão sobre a Rússia deve aumentar se não aceitar um cessar-fogo completo e incondicional", escreveu Zelensky numa mensagem na rede X em que dá conta da sua conversa com Costa na reunião da Comunidade Política Europeia (CEP), realizada hoje na capital albanesa.
O Presidente ucraniano agradeceu a Costa os preparativos da UE para o 17.º pacote conjunto de sanções contra a Rússia desde o início da guerra e que deverá ser anunciado na terça-feira.
"Esperamos que seja dirigido contra tudo o que financia a máquina de guerra russa: os bancos, o petróleo, a energia, a metalurgia e a frota fantasma", disse Zelensky, referindo-se aos navios que a Rússia utiliza para escapar às sanções em vigor sobre as suas exportações de energia.
Zelensky e Costa discutiram também os esforços da Ucrânia para ser integrada na UE.
I held a meeting with the President of the European Council @eucopresident, António Costa, and the President of the European Commission, Ursula @vonderleyen.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 16, 2025
I informed them on today’s negotiations in Istanbul. Pressure on Russia must increase if it does not agree to a full and… pic.twitter.com/4jVkvWYF1E
No seguimento da reunião em Tirana, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os países europeus continuam a preparar novas sanções contra a Rússia em coordenação com os Estados Unidos, se Moscovo continuar a recusar um cessar-fogo na Ucrânia.
"O que continua a ser relevante é (...) a única proposta concreta que foi feita é a de um cessar-fogo incondicional" para a Ucrânia, defendeu a partir de Tirana, após discussões infrutíferas sobre este assunto em Istambul.
Ao fim de menos de duas horas de reunião, os negociadores russos e ucranianos anunciaram uma troca de 1.000 prisioneiros de cada lado e discutiram a possibilidade de um cessar-fogo e de um encontro entre Putin e Zelensky, mas ainda sem acordo.
"Continuamos (...) a preparar novas sanções em coordenação com os Estados Unidos da América, caso não haja uma resposta positiva", referiu Macron.
A delegação ucraniana espera "nas próximas horas" uma resposta aos pedidos a Moscovo, disse ainda o Presidente francês, indicando que os líderes europeus vão também manter novas conversações com Donald Trump.
O líder norte-americano "pretende manter discussões com o lado russo para esclarecer o que aconteceu", acrescentou, mencionando possíveis "contactos telefónicos" inicialmente com Vladimir Putin.
As declarações de Macron surgem após um telefonema conjunto com Zelensky e os chefes de governo da Alemanha, Reino Unido e Polónia com Donald Trump.
"A Ucrânia está pronta para tomar medidas o mais rapidamente possível para alcançar a paz real, e é importante que o mundo mantenha uma posição forte", afirmou Zelensky nas redes sociais após o telefonema conjunto.
O Presidente ucraniano reiterou que a posição da Ucrânia é manter a pressão sobre a Rússia até que "esteja pronta para acabar com a guerra", adicionando que "se os russos rejeitarem um cessar-fogo completo e incondicional e o fim dos assassínios", merecem fortes sanções.
No seguimento do telefonema conjunto com Trump, os líderes europeus indicaram que a posição da Rússia nas negociações de cessar-fogo com a Ucrânia é inaceitável e pretendem coordenar uma resposta sobre as novas etapas, que poderão incluir o agravamento de sanções a Moscovo.
Nas suas declarações hoje, o Presidente francês considerou ainda que se George Simion, um ultranacionalista eurocético, vencer no domingo as eleições presidenciais romenas, as consequências para a vizinha Moldova poderão ser "muito prejudiciais", avisando para o aumento da pressão russa na região.
"É óbvio para todos que, se o candidato pró-Rússia e antieuropeu vencer, as consequências para a vizinha Moldova podem ser muito prejudiciais", disse Macron, numa alusão à região separatista da Transnístria sob ameaça de Moscovo.
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