"Próxima semana". Ucrânia anuncia troca de prisioneiros com Rússia

A Ucrânia anunciou hoje que a troca de prisioneiros e corpos de soldados mortos no conflito com a Rússia, agendada para este fim de semana, ocorrerá "na próxima semana", após Moscovo e Kyiv se acusarem mutuamente de atrasar o processo.

chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov

© Yan Dobronosov/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
08/06/2025 14:13 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O início das operações de repatriação, com base nos resultados das negociações de Istambul, está agendado para a próxima semana. [...] Tudo está a correr conforme o planeado", disse o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, que voltou a acusar Moscovo de "jogos de informação desleais".

 

Boudanov acusou Moscovo de se desviar do plano acordado em Istambul para a troca dos corpos dos soldados mortos, afirmando que o processo estava previsto para começar na próxima semana e não neste fim de semana, como alega a Rússia.

"O início das medidas de repatriação com base nos resultados das negociações em Istambul está previsto para a próxima semana, conforme informado às pessoas autorizadas na terça-feira", informou o Centro de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra no Telegram.

No comunicado, a instituição denunciou, como já havia feito no dia anterior, que a Rússia está a tentar exercer "pressão mediática" e "ditar unilateralmente os parâmetros do processo de troca", e descreveu como "cínicas" as "tentativas dos propagandistas russos de especular sobre o sofrimento humano".

As palavras de Kyiv surgem depois de o vice-ministro da Defesa russo, tenente-general Alexander Fomin, ter afirmado hoje esperar que a Ucrânia confirme que aceitará receber os corpos dos soldados ucranianos mortos em combate, como acordado na última ronda de negociações em Istambul.

"Aguardamos uma confirmação oficial da parte ucraniana de que procederá à recuperação dos corpos", declarou o militar à imprensa russa, acrescentando que também integra a delegação negocial em Istambul. Fomin lamentou que nem na sexta-feira, nem no sábado, a Ucrânia tenha confirmado a receção dos cadáveres.

O vice-ministro assegurou que a Rússia está preparada para repatriar mais de 6.000 corpos, que poderão ser transportados por camiões ou comboios.

"Não farei comentários sobre a polémica em torno de uma eventual politização desta decisão. Trata-se de uma ação puramente humanitária, e não é a primeira. Infelizmente, também não será, ao que tudo indica, a última", frisou.

O responsável assegurou ainda que a parte russa está disposta a cumprir "todos os acordos, tanto no que diz respeito à devolução dos corpos de militares ucranianos mortos em combate, como no que toca à troca de prisioneiros".

No sábado, o chefe da delegação russa nas negociações, Vladimir Medinski, acusou a Ucrânia de "adiar indefinidamente" a troca de prisioneiros de guerra com menos de 25 anos, doentes graves e feridos.

Por sua vez, a Ucrânia acusou a Rússia de manipulação pelas alegações de que Kyiv teria adiado a troca por tempo indefinido, e questionou a real capacidade de decisão da equipa negocial russa, sublinhando o incumprimento de compromissos assumidos.

"Apelamos à parte russa para que não crie obstáculos artificiais nem difunda declarações falsas que impeçam a devolução dos prisioneiros ucranianos e para que não transfira os seus para a Rússia", declarou o Ministério da Defesa da Ucrânia, num comunicado divulgado no Telegram.

Na nota, assinada pelo ministro Rustem Umerov, chefe da delegação ucraniana, denuncia-se mais uma tentativa de "reverter" os acordos de Istambul, o que "volta a levantar dúvidas sobre o grau de autoridade e capacidade da equipa negocial russa".

O comunicado termina com um apelo à Rússia para "pôr fim aos jogos sujos" e regressar ao trabalho construtivo, com vista à implementação dos compromissos "nos próximos dias".

Leia Também: Kyiv desmente ter "adiado" troca de prisioneiros com Moscovo

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