Conselho de Segurança da ONU unânime: Israel e Irão têm de reduzir tensão

Os 15 países do Conselho de Segurança das Nações Unidas coincidiram hoje nos apelos ao Israel e ao Irão para que reduzam as tensões e priorizem meios diplomáticos para resolver o atual conflito, embora com algumas variações.

Conselho de Segurança da ONU,

© Michael M. Santiago/Getty Images

Lusa
13/06/2025 23:04 ‧ ontem por Lusa

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ONU

Em geral, países africanos e asiáticos criticaram as ações "unilaterais" de Israel nos ataques ao Irão, bem como o "desrespeito" à Carta da ONU e à soberania de outros Estados, enquanto países europeus e os Estados Unidos destacaram o perigo representado pelo programa nuclear iraniano, que foi o motivo alegado por Israel para lançar os ataques na noite passada.

 

Das grandes potências, apenas a Rússia se manifestou claramente em apoio ao Irão: o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, descreveu o ataque como "uma grave violação da Carta da ONU".

"Tem-se a impressão de que os líderes israelitas estão convencidos de que têm carta branca na região e provavelmente pensam que Israel pode ignorar qualquer norma e qualquer órgão internacional, incluindo este Conselho de Segurança", acrescentou.

Nebenzya não responsabilizou apenas Israel, mas também "os seus aliados mais próximos: isto é uma consequência direta da aquiescência dos países ocidentais, que há meses vêm, consciente e metodicamente, alimentando a histeria anti-iraniana no Conselho de Segurança e na Agência Internacional de Energia Atómica [AIEA]".

Já o representante da China, aliada do Irão, Fu Cong, fez uma intervenção foi muito mais moderada, limitando-se a pedir que "os países com influência significativa sobre Israel desempenhem um papel construtivo" nesta crise.

Quanto ao representante dos Estados Unidos, McCoy Pitt, alto funcionário do Escritório de Assuntos de Organizações Internacionais do Departamento de Estado, também adotou um tom bastante moderado e não usou o seu tempo de intervenção para apoiar novos ataques contra o Irão.

Pitt limitou-se a alertar que os EUA não tolerariam ataques contra cidadãos norte-americanos, bases norte-americanas ou qualquer infraestrutura norte-americana na região, afirmando as consequências para o Irão seriam "terríveis".

Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que falou por videoconferência, reiterou que "as instalações nucleares nunca devem ser atacadas" e alertou para "graves implicações para a segurança nuclear".

Após os ataques, Grossi indicou que a radioatividade em redor da central de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do Irão, se mantém em "níveis normais", acrescentando que as centrais nucleares de Isfahan e Fordo também foram afetadas.

Grossi comentou que a agência está a monitorizar a situação com um grupo de trabalho dedicado.

O responsável da AIEA afirmou que o conselho desta organização defende "uma solução diplomática" para o "problema nuclear iraniano", referindo que mantém "contacto contínuo com as autoridades iranianas desde o início do ataque".

Israel iniciou na madrugada de hoje uma ofensiva militar contra o Irão com bombardeamentos a instalações militares e nucleares em que morreram 78 pessoas e 320 ficaram feridas, segundo a diplomacia iraniana

Os ataques noturnos, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e a central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro).

O Irão retaliou lançando hoje à noite centenas de mísseis contra território israelita, com explosões registadas sobre os céus das cidades de Telavive e Jerusalém.

Leia Também: Israel atacou "duas bases militares da Força Aérea" do Irão

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