Numa breve nota publicada na rede social X, esta agência das Nações Unidas indicou ainda que não há registo de novos danos na instalação nuclear de Natanz, onde o Irão enriquece urânio até 60% de pureza --- um valor próximo dos 90% exigidos para fins militares.
Contudo, a AIEA confirmou que a planta de conversão de urânio localizada em Isfahão foi afetada pelos ataques. Apesar dos danos, a agência assegura que não se espera um aumento da radioatividade no exterior, nem em Isfahão nem noutras localizações atingidas.
Já em Natanz, o organismo verificou a presença de contaminação química e radiológica no interior das instalações, embora não tenha sido registado impacto externo.
“Based on info available to the IAEA, no damage seen at site of Fordow Fuel Enrichment Plant nor at Khondab heavy water reactor under construction. No further damage at Natanz since yesterday.” - DG @rafaelmgrossi https://t.co/tvRyPP4KJI
— IAEA - International Atomic Energy Agency ️ (@iaeaorg) June 14, 2025
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, classificou a situação como "muito preocupante", sublinhando que "as instalações nucleares nunca devem ser alvo de ataques, independentemente do contexto ou das circunstâncias, dado o risco para a população e para o ambiente".
Grossi recordou ainda que a ONU considera qualquer ataque armado contra infraestruturas nucleares de uso pacífico uma violação do direito internacional.
Israel justificou os bombardeamentos alegando que o Irão estaria a tentar desenvolver uma arma nuclear. No entanto, a AIEA afirmou não dispor de provas que sustentem essa acusação.
A agência sublinhou também que, enquanto Teerão não esclarecer certas dúvidas pendentes sobre o seu programa nuclear, não poderá garantir que este tenha exclusivamente fins civis e pacíficos.
Leia Também: Irão acusa Telavive de mergulhar Médio Oriente em "ciclo de violência"