"O Irão pediu-nos para transmitir uma mensagem a Israel e vamos fazê-lo", disse Nikos Christodoulides, em declarações ao Cyprus Mail, citadas pela agência Efe.
Nikos Christodoulides assegurou que vai falar hoje com o primeiro-ministro de Isarel.
"A conversa estava prevista para ontem à noite [sábado], mas não pôde ocorrer devido à situação caótica", acrescentou o chefe de Estado cipriota, referindo-se ao contra-ataque noturno lançado por Teerão contra Telavive e seus arredores.
O Chipre está suficientemente próximo de Israel para que os residentes da sua costa sul possam observar à distância os ataques iranianos e as respostas israelitas.
Entretanto, as autoridades do Chipre ativaram uma aplicação de alerta para informar a população sobre o 'bunker' mais próximo em caso de emergência.
O Chipre tem cerca de 2.200 abrigos e 'bunkers', de acordo com o Ministério do Interior do país da União Europeia mais próximo do conflito.
Um dos principais motivos de preocupação deve-se ao facto de o Reino Unido manter duas bases na ilha que podem vir a ser alvos de um ataque iraniano.
A mais importante localiza-se em Akrotiri, a oeste da cidade portuária de Limassol, a 275 quilómetros a noroeste do porto israelita de Haifa.
Nas últimas décadas, a base tem sido utilizada repetidamente para missões militares.
No sábado, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou o envio de caças para a ilha, mas não deu detalhes sobre as operações.
As companhias aéreas israelitas transferiram alguns dos seus aviões para Chipre por razões de segurança desde o início dos recentes ataques.
A rádio cipriota RIK informou que estavam a ser implementadas medidas de segurança rigorosas nos aeroportos civis de Larnaca e Pafos.
A guerra entre Israel e o Irão, desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas que visaram instalações militares e nucleares iranianas, causou já mais de 100 mortos e 800 feridos no Irão, entre lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos oito oficiais superiores, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e as centrais de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 13 mortos e 150 feridos.
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