"Destruímos a principal instalação de Natanz. É a principal unidade de enriquecimento [de urânio]", afirmou Netanyahu.
A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) tinha indicado na sexta-feira que a parte à superfície da unidade-piloto de enriquecimento de urânio de Natanz fora destruída pelos bombardeamentos israelitas.
O chefe do Governo israelita anunciou hoje também a eliminação do chefe dos Serviços Secretos da Guarda Revolucionária iraniana, Mohamad Kazemi, e do seu 'número dois', Hassan Mohaqeq, em Teerão.
"Há momentos, apanhámos o chefe dos serviços secretos e o seu adjunto em Teerão, porque agora os nossos pilotos estão a sobrevoar os céus [da cidade] e estamos a atacar instalações militares e nucleares", disse Netanyahu na entrevista por videoconferência à Fox News.
"Ao contrário de Israel, o Irão está a atacar e a bombardear os nossos civis: é um regime terrorista. Não podemos permitir que o Irão tenha armas nucleares. Os nossos serviços secretos mostram que eles tencionam dar essas armas aos seus aliados, os [rebeldes iemenitas] Huthis", afirmou.
Na entrevista concedida à Fox, o primeiro-ministro israelita insistiu que o Irão tinha um plano secreto para enriquecer urânio acima dos níveis destinados a uso civil.
Segundo Netanyahu, os serviços secretos israelitas descobriram que o Irão possuía urânio suficiente para construir nove bombas nucleares.
"Travámos isso atacando as suas instalações nucleares. Atacámos os seus cientistas nucleares, que são como os que Hitler tinha", sustentou.
O governante israelita escusou-se a confirmar que os Estados Unidos vetaram um plano de Israel para matar o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, uma informação veiculada pela Fox News.
Referiu também as negociações nucleares entre os Estados Unidos e o Irão, que tinham uma nova reunião agendada para hoje, que acabou por ser cancelada por Teerão devido aos ataques israelitas.
"O Presidente [dos Estados Unidos, Donald Trump] foi muito claro, [o Irão] enganou o mundo inteiro (...). Estamos prontos para fazer o que for preciso para eliminar duas ameaças, a dos mísseis balísticos e a nuclear", declarou.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.
O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
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