"Como todos sabem, o nosso Governo fez vários esforços para envolver a família e os representantes do falecido Presidente a fim de chegar a um consenso sobre este assunto", disse Hakainde Hichilema numa mensagem de vídeo à nação divulgada na quinta-feira à noite.
Segundo o Presidente do país, um acordo foi fechado no último domingo para que o corpo fosse repatriado na quarta-feira e para que um programa nacional de luto fosse realizado, culminando num "enterro digno" no dia 23.
O acordo levou o Governo a estender por nove dias o período de luto nacional, inicialmente declarado entre 08 e 14 deste mês.
No entanto, na quarta-feira, depois de todos os arranjos para o regresso dos restos mortais, "o corpo não foi disponibilizado à família para repatriação", disse Hichilema.
"O nosso país não pode dar-se ao luxo de um estado de luto indefinido. Fizemos todo o possível para envolver a família do nosso falecido sexto Presidente republicano e chegámos a um ponto em que uma decisão clara é necessária", afirmou.
"Dadas essas circunstâncias, desejo informar a nação que, a partir do final de hoje, 19 de junho de 2025, este período de luto nacional terminou oficialmente", acrescentou, enfatizando que o "certo" seria que Lungu fosse enterrado em solo zambiano e não "em nenhuma outra nação".
Após o anúncio do regresso ao país na quarta-feira, a família suspendeu o repatriamento, e o porta-voz e advogado, Makebu Zulu, acusou o atual Governo de não cumprir os acordos firmados.
Zulu também denunciou que o Governo havia planeado realizar um evento comemorativo que não havia sido previamente acordado com a família.
"Por esta e muitas outras razões, a família acha muito difícil confiar que o Governo honrará a sua parte do acordo e, lamentavelmente, decidiu que os restos mortais do Presidente Edgar Chagwa Lungu não retornarão para casa", disse o porta-voz na quarta-feira.
O repatriamento já havia sido adiado uma vez antes, tendo sido originalmente marcado para o dia 11.
Lungu foi Presidente da Zâmbia de janeiro de 2015 a agosto de 2021, quando foi derrotado nas eleições por Hichilema.
O ex-chefe de Estado faleceu a 05 de junho aos 68 anos num hospital sul-africano onde recebia tratamento, poucos meses depois de o Tribunal Constitucional ter decidido, em dezembro de 2023, que não poderia concorrer novamente à presidência, após ter anunciado que pretendia retornar à vida política.
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