Governo britânico abre inquérito a maternidades: "Apurar a verdade"

O Governo britânico anunciou hoje a realização de um inquérito às maternidades inglesas, onde, pelo menos nos últimos 15 anos, numerosos escândalos mostraram "problemas sistémicos" e causaram a morte de centenas de bebés.

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Lusa
23/06/2025 16:22 ‧ há 4 horas por Lusa

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O objetivo é "apurar a verdade e as responsabilidades das famílias afetadas e introduzir melhorias urgentes nos cuidados e na segurança", indicou o Ministério da Saúde britânico, referindo-se a "problemas sistémicos que remontam a mais de 15 anos".

 

"Encontrei-me com famílias enlutadas de todo o país que perderam um bebé ou sofreram danos graves durante o que devia ter sido o momento mais feliz das suas vidas. O que viveram é devastador", reconheceu o ministro da Saúde, Wes Streeting, em comunicado.

Nos últimos anos, vários inquéritos e relatórios mostraram falhas graves nas maternidades inglesas, também denunciadas por famílias afetadas.

Este anúncio surge poucos dias depois de a entidade reguladora Care Quality Commission (CQC) ter alertado para a situação nas maternidades de dois hospitais de Leeds, no norte de Inglaterra.

Uma investigação da cadeia britânica BBC sobre estes dois estabelecimentos, publicada em janeiro, mostrou que a morte de pelo menos 56 bebés podia ter sido evitada entre janeiro de 2019 e julho de 2024.

O inquérito vai começar por analisar "com caráter de urgência" os serviços com pior desempenho no país e depois examinar todo o sistema de maternidade, salientou o Ministério.

Em 2022, um relatório do CQC concluiu que mais de metade das 139 maternidades de Inglaterra apresentava níveis de segurança inadequados ou necessitava de melhorias.

De acordo com diferentes estudos, mais de 245 mortes de bebés podiam ter sido evitadas em várias maternidades no oeste e sudeste de Inglaterra ao longo de 20 anos.

Um relatório referia casos de recém-nascidos com o crânio fraturado, ossos partidos e várias sequelas em consequência da falta de oxigénio no momento do nascimento.

A recusa obstinada dos médicos em efetuar cesarianas, os cuidados inadequados e a ausência de um inquérito interno foram igualmente criticados. Em resposta aos protestos, o governo conservador da altura pediu desculpa.

Vários destes relatórios salientaram igualmente desigualdades de tratamento, em detrimento de mulheres pertencentes a minorias étnicas.

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