Geminação entre Estrasburgo e campo palestiniano gera polémica em França

O projeto de geminação de Estrasburgo, no leste da França, com o campo palestiniano de Aida, gerou hoje polémica com a oposição a acusar a câmara municipal de "importar o conflito" entre Israel e o Hamas.

Estrasburgo, ataque mercado de natal

© Reuters

Lusa
23/06/2025 20:37 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Esta manhã, antes do início da reunião do conselho municipal, cerca de 50 membros da comunidade judaica de Estrasburgo reuniram-se em frente ao centro administrativo para protestar contra este projeto de geminação, a pedido do CRIF (Conselho Representativo das Instituições Judaicas de França) da Alsácia, do Consistório Israelita de Bas-Rhin e do Fundo Social Judaico Unificado (FSJU).

 

Estas organizações pretendiam manifestar apoio a Israel e exigir dos eleitos "verdadeiras iniciativas de paz", além de solicitarem o restabelecimento da geminação de Estrasburgo com a cidade israelita de Ramat Gan.

Esta proposta de geminação, de mais de 30 anos, "está congelada", porque "as condições não estão reunidas", disse, em maio, à agência de notícias France-Presse (AFP) a presidente da câmara, Jeanne Barseghian.

Paralelamente, Barseghian anunciou a vontade de estabelecer uma geminação com o campo de refugiados de Aida, situado perto de Belém, em "apoio ao povo palestiniano".

Em maio, Jeanne Barseghian defendeu que a geminação com uma cidade israelita e também com um território palestiniano "faz sentido e não deve ser motivo de controvérsia".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin "Netanyahu, ele vai passar, a guerra vai acabar, espero que em breve. Mas a existência de Israel, ou seja, o sionismo, não pode ser questionada sob o pretexto de que desaprovamos o atual líder e a guerra atual", disse Dalia Adjedj, uma das manifestantes à AFP.

Os manifestantes levavam cartazes onde se podia ler: "paz no Médio Oriente e em Estrasburgo" ou "apoio à cidade de Ramat Gan sob as bombas".

A poucos metros, um grupo de manifestantes entoava frases de apoio à Palestina, pedindo aos "judeus para se juntarem a eles contra o sionismo, não contra o judaísmo".

A oposição acusou a presidente da câmara de Estrasburgo de ter "contribuído para importar este conflito" para a cidade, "atirando achas para a fogueira e provocando a incompreensão --- ou mesmo a indignação --- de muitos estrasburgueses, de todas as origens e convicções, legitimamente preocupados com a escalada dramática no Médio Oriente".

Por outro lado, vários partidos e sindicatos de esquerda, incluindo o partido Ecologistas de Jeanne Barseghian, apoiaram a autarca que "condenou veementemente" o ressurgimento de pinturas antissemitas na cidade desde o ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023.

O ataque do Hamas causou a morte de 1.219 pessoas, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns do lado israelita, de acordo com um balanço da AFP realizado com base em números oficiais.

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza causou mais de 55.000 mortes, até sábado, e mais de 131 mil feridos desde o início do conflito, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

Atualmente, a situação humanitária na Faixa de Gaza é dramática devido aos ataques de Israel e agravada por quase três meses de bloqueio da entrada da ajuda humanitária e problemas na distribuição deste a reabertura da passagem de camiões.

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