Operação Pretoriano: Inquirições das testemunhas de defesa terminaram

As audições ao rol de testemunhas da Operação Pretoriano terminaram hoje, depois de 20 sessões de julgamento no Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto, com as alegações finais agendadas para 30 de junho e 01 de julho.

Justiça, Tribunal

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Lusa
16/06/2025 18:34 ‧ há 5 horas por Lusa

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Pretoriano

Porto, 16 jun 2025 (Lusa) - As audições ao rol de testemunhas da Operação Pretoriano terminaram hoje, depois de 20 sessões de julgamento no Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto, com as alegações finais agendadas para 30 de junho e 01 de julho.

 

Na produção de prova pela defesa, diversos depoentes eram comuns a vários arguidos, o que permitiu acelerar o processo e abdicar das datas extra que tinham sido disponibilizadas pelo tribunal, caso se verificassem delongas.

Além disso, várias testemunhas foram sendo dispensadas de prestar declarações pelos arguidos, como foram os casos do antigo vice-presidente do FC Porto Vítor Baía ou do ex-treinador dos 'azuis e brancos' Sérgio Conceição.

Após terem sido inquiridas seis testemunhas arroladas por Fernando Madureira na parte da manhã, apenas restava ser ouvido pelo tribunal José Rebelo da Silva, membro da Mesa da Assembleia Geral (AG) como suplente à data da reunião magna do FC Porto de novembro de 2023, em que exerceu funções de secretário.

A testemunha relatou discrepâncias de versões na elaboração da ata da AG, alegando que Lourenço Pinto, então presidente da Mesa, queria impor uma versão do documento que ignorava a maioria dos incidentes tumultuosos que se deram na reunião.

"As atas eram sempre produzidas muito perto da AG seguinte, nunca logo a seguir. Quando fomos chamados a reunir para assinar a ata, ainda não a tinha entregado, quando me deparei, para nossa surpresa, com uma ata produzida por Lourenço Pinto. Era sintética, ocultava fatos desagradáveis e nós não nos revíamos com aquele documento", começou por explicar.

Ainda assim, alega que Lourenço Pinto pressionou o órgão que dirigia para chegar a acordo em relação aos acontecimentos vividos no ato, ameaçando demitir-se do seu posto.

"Lourenço Pinto não se apercebeu de várias das coisas que se passaram. Acredito que essa divergência não fosse intencional, mas sim de perceções devido à sua idade. Ele tem problemas de audição, pode não ter notado alguns acontecimentos. Lourenço Pinto levantou-se da sala, disse que ia demitir-se. Tivemos de partir pedra para chegar a acordo", revelou.

Nesse sentido, assinou um documento que explicitava a existência de uma votação, que terá sido exigência de Lourenço Pinto, enquanto alega que esta nunca aconteceu.

De resto, a testemunha negou ter tido qualquer influência na escolha do local da AG, tendo percecionado depois que as "condições acústicas" do Pavilhão Dragão Arena não permitiam um decurso fluido das diligências, que considera ter sido impossibilitado em definitivo pelo conflito seguido ao discurso de Henrique Ramos.

O julgamento prossegue com as alegações finais marcadas para 30 de junho e 01 de julho.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.

Leia Também: Pretoriano: Alterar estatutos "não era um problema da administração"

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