"Quero deixar uma palavra de gratidão e reconhecimento. O que cada um fez, fez bem", afirmou hoje José Manuel Bolieiro na cerimónia de homenagem aos profissionais do Hospital CUF-Açores, localizado na cidade da Lagoa, realizada após uma reunião com o CEO da CUF, Rui Diniz.
Segundo um comunicado do executivo regional de coligação, para além da homenagem aos profissionais envolvidos, o momento serviu também para assinalar os 80 anos da fundação da CUF, "um marco simbólico de longevidade e compromisso com a saúde".
O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior dos Açores, obrigou a deslocalizar serviços e doentes para outras unidades de saúde na região, para a Madeira e para o continente.
"Graças à resposta rápida e eficaz das estruturas de saúde da região, em estreita articulação com o setor privado, foi possível assegurar a continuidade dos cuidados sem consequências graves para os utentes", referiu a nota.
Segundo José Manuel Bolieiro, citado no comunicado, o sucesso da operação "foi fruto de uma ação coordenada, onde todos deram o melhor de si".
"Foi uma situação de calamidade, mas correu bem porque houve esforço, entrega e profissionalismo", sublinhou o governante, acrescentando que "não houve facilitismos, houve virtude na forma como foi enfrentada a dificuldade".
O líder do executivo açoriano destacou ainda a forma como a CUF acolheu os utentes, garantindo "condições de dignidade e qualidade clínica".
A homenagem foi também ocasião para o governante "reforçar o compromisso do governo dos Açores com uma estratégia de colaboração entre os setores público, privado e social da saúde", tendo Bolieiro defendido um modelo de complementaridade que "potencie recursos e capacidades, assegurando uma rede de resposta mais robusta e integrada".
"Queremos um SRS musculado, preparado para responder à essência, e a essência não se pode limitar ao mínimo", afirmou.
A concluir, o líder do Governo Regional dos Açores deixou uma mensagem de estímulo: "Cada situação é uma oportunidade de aprendizagem. Continuaremos a trabalhar para uma saúde mais preparada, mais humana e mais próxima".
O incêndio ocorrido em 04 de maio de 2024 no HDES causou prejuízos estimados em 24 milhões de euros e obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados.
Os serviços do hospital reabriram de forma faseada e foi instalado um hospital modular junto ao edifício do HDES, que será alvo de obras de recuperação e modernização.
No dia 13 de maio, o diretor do Hospital CUF-Açores, Giovanni Nigra, ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao incêndio no HDES, referiu que aquela unidade de saúde já faturou 3,7 milhões de euros à região por serviços de saúde prestados após o incêndio, mas recusou falar em "negócio".
"Não, isto não foi um negócio! Foi um parêntesis dentro da nossa prestação [de cuidados de saúde] e do nosso projeto, que acabou por ficar ligeiramente comprometido neste período, mas nós faríamos exatamente da mesma forma", garantiu.
Giovanni Nigrã explicou aos deputados do parlamento açoriano, que a unidade de saúde a que preside não quis tirar "vantagem" da calamidade que se abateu sobre o HDES e a administração decidiu não cobrar qualquer despesa nos primeiros dez dias após o incêndio.
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