Nova Direita quer preencher "espaço que outrora foi do CDS"

A presidente da Nova Direita quer que o partido preencha o espaço que foi do CDS e defende uma imigração controlada e com regras, devendo Portugal dar preferência aos cidadãos dos países africanos de língua portuguesa pela "proximidade cultural".

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Lusa
06/05/2025 06:09 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

Nova Direita

Em entrevista à agência Lusa, Ossanda Líber afirmou que a Nova Direita (ND) situa-se entre o PSD e o Chega, pretendendo que o partido preencha "o espaço que outrora foi do CDS".

 

"Neste momento, temos a coragem que falta ao PSD de assumir valores cristãos, da família, do patriotismo. Mas, por outro lado, temos as ideias e a forma de estar na política que falta ao Chega. Portanto, estamos situados ideologicamente e até do ponto de vista da forma de fazer política entre ambos", precisou a líder da Nova Direita, partido que pela sua vez se candidata às eleições legislativas.

Ossanda Líber considerou que a imigração "está neste momento totalmente descontrolada", mas é "o problema mais fácil de resolver", sustentando que se solucionaria "num dia" com a introdução de regras.

"O que diz o Chega é que vai todo mundo embora. Isto não é solução, isto não é realista. O país precisa dessa mão-de-obra, mas precisa de impor regras e depois fazê-las cumprir", disse, sublinhando que é necessário saber quem chega, quem são os imigrantes e do que Portugal precisa.

Segundo a líder da Nova Direita, tem de haver critérios de "pertinência económica" e os imigrantes têm de ter "condições de sustentabilidade" para morar em Portugal ao longo do primeiro ano, que é sempre o mais difícil.

A presidente da ND avançou que, depois da "pertinência económica e as condições de sustentação em Portugal, outro ponto que deve ser tido em conta é "a proximidade cultural".

"Digo isso com conhecimento de causa, porque venho de Angola. Eu nasci em Angola. E, para mim, foi muito mais fácil a integração pelo facto de eu ser cristã, como são os portugueses, ou a maior parte deles, pelo facto de eu falar a língua portuguesa, que é a língua em Portugal, pelo facto de haver já uma proximidade histórica que nos aproxima do ponto de vista de afeto, que também é muito importante na integração. Para mim, chegar cá foi quase como estar em casa e isso facilitou tudo", disse.

Ossanda considerou que todo "o processo de integração foi mais facilitado pelo facto de haver a proximidade", devendo por isso Portugal dar preferências aos cidadãos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PAOLP).

Questionada em relação aos brasileiros, uma vez que também falam português, referiu: "Pela dimensão que têm e pela distância geográfica devem ter uma abordagem muito particular. Os brasileiros são muitos. Portanto, eu penso que aquilo que se tem que fazer com os brasileiros é perceber quantos é que podem entrar em Portugal sem que isto cause um impacto maior".

A presidente da ND defendeu também a existência de quotas, salientando que em relação aos brasileiros "esses cálculos têm que ser feitos", uma vez que se pode chegar depois "a um desconforto" em que "há um desequilíbrio muito grande" entre quem está em Portugal e quem chega.

Ossanda Líber tem como objetivo nas legislativas de 18 de maio entrar na Assembleia da República para "finalmente começar a defender as famílias", a principal preocupação do partido.

Para resolver os problemas das famílias, o ND têm dois objetivos a habitação e a saúde.

"A habitação é de facto o grande problema. Sem habitação não conseguimos resolver os problemas demográficos. O que nós temos visto são improvisos, são remendos", disse, propondo um plano de construção massiva de casas.

Segundo a líder do ND, o Estado deve ser o responsável desta construção em massa para que "os portugueses consigam comprar casas a preços de custo".

Para a saúde, a Nova Democracia defendeu a entrada dos privados: "Há uma falta de coragem política para implementar, que é realmente colocar os privados na equação. O Estado não está a ser capaz de gerir o sistema nacional de saúde. Por isso o Estado tem que se aliar, não prescindir, mas tem que se aliar aos privados, que sabem fazer, que têm capacidade, têm conhecimento, têm pessoas, têm tecnologia".

Ossanda Líber concretizou que as pessoas devem ter a possibilidade de escolher entre o público e o privado, o que iria permitir "descongestionar os hospitais públicos".

"A solução neste momento passa por assumir de forma pragmática e sem questões ideológicas que é preciso chamar os privados para a equação para servir melhor os portugueses", disse, defendendo igualmente as Parcerias Público Privadas (PP) na saúde.

Nas legislativas de 2024, a ND obteve 0,25% da votação, correspondendo a 16.442 votos.

Leia Também: Nova Direita quer o Estado a construir e a vender casas a preço de custo

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