Luís Montenegro falava após ter visitado durante hora e meia a Escola Prática de Polícia em Torres Novas, deslocação em que foi acompanhado pelo presidente do CDS, Nuno Melo, e pelo cabeça de lista da AD -- coligação PSD/CDS, Fernando Alexandre, mas não pelos jornalistas.
"Temos uma estratégia que é integrada, coordenada com vista a termos maior proximidade no policiamento e mais visibilidade. De forma mais eficiente e eficaz, queremos diminuir a criminalidade, sobretudo a violenta e, em particular, a criminalidade contra as mulheres vítimas de violência doméstica", declarou o primeiro-ministro.
Luís Montenegro defendeu neste contexto que a sua estratégia "passa também pelo reforço das condições de formação e das condições de acolhimento das vítimas nas instalações das forças de segurança".
"Do ponto de vista do reforço da autoridade, tivemos uma iniciativa legislativa com vista a ter uma penalização maior dos crimes que são cometidos contra os agentes da autoridade, precisamente dando um sinal do reforço da capacidade que estes agentes têm de possuir para poderem garantir a ordem e tranquilidade pública", completou.
Perante os jornalistas, o líder da AD procurou realçar os indicadores que apontam que Portugal é um país seguro, mas deixou neste ponto uma advertência: "Não somos um país que dá essa segurança como adquirida".
"Temos de construir essa segurança todos os dias", advogou, antes de assinalar que "há muitos portugueses que, perante fenómenos de criminalidade violenta - por exemplo, o aumento da criminalidade grupal, da delinquência juvenil -, vão criando um sentimento de insegurança que é preciso travar e inverter".
Para Luís Montenegro, a resposta para salvaguardar a perceção de segurança passa por "mais polícias", o que, desde logo, requer que esta carreira tenha "maior atratividade, "com melhores equipamentos e condições de trabalho".
"Temos vindo a dar todas as condições para tornar esta carreira mais atrativa, desde logo condições do ponto de vista remuneratório, de progressão na carreira, de compensação pelos riscos associados a esta atividade", apontou, numa alusão aos acordos que o seu executivo celebrou com os agentes da PSP e da GNR.
Interrogado se esta visita à Escola Prática de Polícia, na última da semana na campanha, serviu para disputar o eleitorado do Chega, Luís Montenegro contestou, mas aproveitou para justificar casos da sua atuação no domínio da segurança que geraram controvérsia política.
Começou por se referir à conferência de imprensa que deu a partir de São Bento, às 20:00, rodeado de responsáveis de forças de segurança.
"Quando decidi partilhar com os portugueses aquilo que estávamos a fazer [através de uma conferência de imprensa], fui incompreendido por muita gente, mas a verdade é que agora, passados alguns meses, praticamente todos concordam com a visão do Governo, que não é uma visão alarmista, mas sim uma visão com sentido de responsabilidade", disse.
Luís Montenegro argumentou ainda que, enquanto primeiro-ministro, elegeu o tema da segurança como sendo prioritário, dando destaque e maior visibilidade a ações de equipas multidisciplinares, tendo em vista a prevenção especial da criminalidade, designadamente contra o tráfico de pessoas e redes de imigração ilegal. Aqui, uma alusão à também controversa operação policial realizada na zona do Martim Moniz, em Lisboa.
Segundo o presidente do PSD, esses são "fenómenos que preocupam muitos portugueses".
"Como sabem, fui até atacado de extremista, acusado de ser um primeiro-ministro extremista. Diziam que este Governo seria talvez o Governo mais extremista desde 25 de abril. De tal maneira que, muitos daqueles que hoje se opõem ao Governo, reconhecem que este é o caminho, que esta é a estratégia", acrescentou, numa referência a uma alegada mudança de posição por parte do PS no domínio da segurança.
[Notícia atualizada às 19h24]
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