Ventura recusa ser muleta: "Levamos a sério trabalho de liderar oposição"

O presidente do Chega, André Ventura, avisou hoje o Governo que o seu partido não aceita ser "somente uma muleta" e indicou que levará "a sério" a liderança da oposição, prometendo apontar os erros do executivo.

André Ventura

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
18/06/2025 11:40 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

Governo

"Eu quero dizer, senhor primeiro-ministro, a si e perante esta Câmara, que nós levamos e levaremos a sério o trabalho de liderar esta oposição, mas que nunca contará, e sei que sabe que nunca contará, com um partido que seja tão e somente uma muleta, mas um partido que tenha coragem de lhe dizer na cara o que está errado, onde errou, o que fez mal, o que tem de fazer melhor e o que deve mudar por Portugal", afirmou.

 

Numa intervenção no encerramento do debate sobre o programa do Governo, na Assembleia da República, o líder do Chega indicou que não fará "oposição ao estilo PS/PSD" e dirá "a verdade, mesmo que essa verdade custe", e sinalizará ao executivo "onde governa mal".

André Ventura criticou "o marasmo" dos últimos anos "entre o PS e o PSD", considerando que se expressou hoje.

"Um diz que já fez, outro diz que fará. Uns ontem estão mais frouxos, outros ontem estão menos frouxos. Um diz que vai e podem contar com ele, mas não para tudo, e que não vai assessorar o Governo. O Governo sorri e diz que já contaram com eles para tudo, como o orçamento e os programas e tudo isso", indicou.

O líder do Chega defendeu de seguida que "há um líder da oposição e há muletas do Governo neste parlamento" e afirmou que "quem não roubou o país não tem nada a temer de um movimento que só quer ir um a um pedir responsabilidade por aquilo que aconteceu em Portugal nos últimos anos".

"Este é o dia de mostrar que este Governo não é bom, mas que há alternativa a esse Governo. O tempo que começa hoje não é o tempo de impedir nem de obstaculizar por obstaculizar. O país precisa de construção e de responsabilidade. Precisa de construção e de capacidade de dizer não, sendo oposição", disse.

Na sua intervenção, André Ventura desafiou o primeiro-ministro a comprometer-se desde já com duas medidas: "dar uma pensão digna a todos os antigos combatentes deste país" e implementar "um grande plano para pôr a trabalhar todos aqueles que recebem subsídios indevidamente".

Quanto ao programa do Governo, o presidente do Chega considerou que o Governo levou ao parlamento "mais 'powerpoints', mais anúncios e mais medidas" que "não foram ou não serão concretizadas".

Na sua intervenção, Ventura comparou duas vezes Luís Montenegro ao seu antecessor, António Costa, primeiro dizendo que "jogaram sempre os dois com a mesma equipa, a equipa do sistema que domina Portugal há 50 anos", sejam "de primeira, de segunda ou de terceira divisão", e depois considerando que o social-democrata bateu "o recorde de nomeações políticas no aparelho do Estado no último ano", conseguindo ultrapassar "o recorde do antigo primeiro-ministro António Costa".

Neste ponto, o deputado sustentou que o Governo não pode "querer reformar o Estado, fazer guerra à burocracia" e ter, ao mesmo tempo, o "recorde de nomeações políticas do último ano" ou "não pode querer combater a corrupção e nomear três governantes suspeitos de crimes económicos" e "colocar Hernâni Dias a liderar uma lista em Bragança quando disse que ele era inapropriado para ser governante".

"Se queremos fazer um corte à burocracia, vamos começar por um corte do sistema político que é aquele que há muitos anos serve os recursos do país", defendeu também.

O presidente do Chega criticou a decisão da Câmara de Lisboa de atribuir 127 casas a famílias que as tinham ocupado ilegalmente.

"Atribui aos bandidos que ocuparam casas ilegalmente, ao jeito do que faria o Bloco, o Livre ou o PCP", afirmou, defendendo que "quem ocupa casas comete crimes, quem comete crimes vai preso".

Esta expressão mereceu um reparo do presidente da Assembleia da República.

André Ventura questionou igualmente a capacidade de resposta do combate aos incêndios e criticou o Conselho da Europa por apontar um aumento do discurso de ódio em Portugal, considerando que se trata de "uma organização de tachos".

O líder do Chega fez também um analogia desportiva para justificar porque considera que Luís Montenegro "é um mau primeiro-ministro": "Joga com os dois pés fora do campo, fora da linha e fora do jogo".

[Notícia atualizada às 12h17]

Leia Também: CDS-PP pede a 'oposições' "abertura ao diálogo e a serem construtivas"

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