Comerciantes da baixa do Porto avaliam prejuízos ao retomar após apagão

Desde perdas de produtos até dificuldades no reabastecimento, comerciantes da baixa do Porto avaliavam esta terça-feira de manhã os prejuízos causados pelo apagão que afetou Portugal e Espanha na segunda-feira.

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Lusa
29/04/2025 14:36 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

Apagão

No talho que existe na Rua da Conceição, as portas abriram às 07:00, mas os efeitos da falha de energia ainda se faziam sentir cerca de três horas depois.

 

"O principal problema que envolve um talho é o armazenamento da carne. Eu tive 16 horas ou 17 horas sem frio, tive de ter a câmara fechada, precisamente para não haver perdas de frio e calor. Hoje já tive alguma carne que teve de ir para o lixo", disse à Lusa o proprietário, Sérgio Silva, acrescentando que estima ter tido um prejuízo de cerca de mil euros.

Uma situação semelhante vivia-se no restaurante Casa Guedes, na Rua das Oliveiras, onde a chefe de sala, Joana Monteiro, afirmou que também houve desperdício alimentar.

"Como [o corte de energia] não chegou a 24 horas, o prejuízo não foi assim tão grande quanto pensávamos. Ainda assim, molhos e batatas foram para o lixo", lamentou, sublinhando que, na segunda-feira, a venda à porta do restaurante ajudou a minimizar as perdas.

Para Joana Monteiro, o apagão foi "mais impactante" do que a covid-19, pois, na sua opinião, enquanto a pandemia se desenvolveu de forma "gradual", o apagão aconteceu de forma repentina.

Também Pedro Oliveira, sócio-gerente da Farmácia Lemos, na Praça Carlos Alberto, comparou esta falha de energia à pandemia, considerando que esta última serviu como treino para lidar com imprevistos.

"Na covid houve muitas mais restrições a nível de abastecimento e conseguimos. Houve também muito mais medo de que, dentro de dois ou três meses, não houvesse 'stock' para todas as farmácias, e foi-se conseguindo", recordou.

Quando questionado sobre possíveis perdas, o responsável sublinhou que uma das prioridades da farmácia foi conservar os produtos sensíveis ao frio, como insulinas e vacinas.

"Como tínhamos acumuladores de gelo, colocámos todos os produtos -- principalmente insulinas, vacinas e outros mais problemáticos -- em contentores de esferovite com os acumuladores de frio. A luz voltou por volta das 20:30 e então voltámos a colocá-los no frigorífico", contou, acrescentando que os funcionários estavam pelas 10:30 a realizar uma avaliação para confirmar se os produtos não ultrapassaram as 12 horas fora das condições ideais.

E acrescentou: "se houver algum produto que só possa estar entre quatro a cinco horas fora da refrigeração, teremos de o rejeitar ou acionar o seguro".

Quanto à distribuição de medicamentos, o farmacêutico afirmou que, apesar de não terem sido feitas entregas na segunda-feira e considerando que o volume de negócios foi menor, não houve "grande impacto".

"Esta manhã as entregas foram retomadas, está tudo normal. Além disso, mantemos sempre 'stocks' mínimos, por isso não houve problema", garantiu.

Com o dia a começar, também na Papelaria do Carmo ainda se avaliavam os possíveis danos que o apagão causou ao negócio.

"Não consegui ainda fechar o dia de ontem [segunda-feira], nem sequer ainda fiz esse apuro, mas o prejuízo foi substancial porque houve uma redução de afluência e uma limitação de venda de serviços", referiu o sócio-gerente, Ivo Barros.

Já na Rua Sá de Noronha, no hotel Moon & Sun Porto, a subdiretora, Inês Silva, destacou as poucas reservas de água que tiveram na segunda-feira, que "não davam sequer para tomar banho".

Apesar dos constrangimentos, a responsável frisou que até ao momento ainda não tiveram reclamações ou pedidos de reembolso.

"Mas, ainda estamos em processos de 'check-out' hoje, portanto ainda vamos ver o que é que vai acontecer", contou.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

Leia Também: "Tivemos também um apagão no Governo Central. O Executivo falhou"

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