"A nossa previsão é que os resultados, tal como na esmagadora maioria da banca, se vão ajustando nos próximos trimestres", disse João Pedro Oliveira e Costa, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, em Lisboa.
O BPI anunciou hoje que teve lucros de 137 milhões de euros entre janeiro e março, numa subida de 13% face aos primeiros três meses de 2024 que se deveu à contabilização no primeiro trimestre de dividendos do Banco de Fomento Angola relativos a 2024 (46 milhões de euros). Já a margem financeira (a principal receita de um banco, a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) caiu 9% para 223 milhões de euros.
Aos jornalistas, o presidente executivo explicou que a expectativa é que, nos próximos meses, a margem financeira continue a cair, devido à redução das taxas de juro do mercado (designadamente Euribor) que leva a que o banco cobre menos nos créditos.
"Vamos continuar a assistir paulatinamente, de forma constante, à margem financeira ser inferior todos os trimestres", afirmou o gestor.
Para Oliveira e Costa, a queda da margem financeira será transversal a todo o setor e considerou ainda que a concorrência entre bancos por clientes irá "incentivar mais a queda".
Já em novembro de 2024, a agência de 'rating' DBRS estimava que em 2025 os bancos portugueses seriam, entre os europeus, os que sentiriam uma maior redução da margem financeira, à medida que os juros descessem, pois foram também dos que mais beneficiaram com o aumento dos juros.
Apesar da redução, a DBRS considerava que estes países manterão margens financeiras estruturalmente elevadas.
A análise da DBRS à banca europeia indicava ainda que os lucros dos bancos europeus continuariam fortes em 2025 ainda que diminuindo face aos níveis excecionais de 2024.
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal (Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI, Novo Banco, Santander Totta) tiveram lucros agregados de 4.964 milhões de euros no ano passado, um valor recorde que tornou 2024 o melhor ano de sempre da banca em Portugal, segundo contas da Lusa.
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