Fitch mantém rating de Angola em B- e vê crescimento a baixar para 2,8%

A agência de notação financeira Fitch decidiu hoje manter o rating de Angola em B-, prevendo evolução estável, um crescimento de 2,8% este ano e uma quebra do rácio da dívida para 48,1% em 2026.

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Lusa
16/05/2025 23:48 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

Fitch

"O rating de Angola reflete os fracos indicadores de governação, elevada inflação, altos níveis de dívida pública em moeda externa e um dos mais elevados níveis de dependência de matérias-primas entre os países analisados pela Fitch", lê-se na nota que acompanha a decisão, divulgada esta noite.

 

Estes fatores, no entanto, são "equilibrados pelas reservas elevadas e acima dos pares e pelos excedentes da balança corrente, que oferecem alguma margem num contexto de um preço internacional do petróleo mais desafiante e de limitadas fontes de financiamento", escrevem os analistas da Fitch.

Na nota que acompanha a decisão de manter o rating em B-, abaixo do nível de recomendação de investimento, a Fitch prevê um abrandamento do crescimento económico para 2,8% este ano, que compara com os 4,4% registados no ano passado, e considera que Angola não crescerá mais do que 3% no próximo ano.

O país vai também enfrentar nos próximos semestres um preço do petróleo mais baixo, à volta de 65 dólares por barril, o que compara com os 79,5 dólares de média no ano passado, e um "pequeno declínio" na produção, de 1,1 milhões de barris diários em 2024 para 1,07 milhões este ano, o que terá um significativo impacto orçamental devido à forte dependência da exportação desta matéria-prima para a obtenção de moeda estrangeira.

Relativamente à dívida pública, houve uma "abrupta redução" no ano passado, para 54,6% do PIB, que compara com um rácio de 70,7% no final de 2023, "motivada principalmente por excedentes orçamentais primários, forte crescimento nominal do PIB e pagamentos de dívida externa no valor de 1,9 mil milhões de dólares", cerca de 1,7 mil milhões de euros.

Para esta redução contribuiu a auditoria interna feita pelas autoridades angolanas, que encontrou duplicação de dados que representaram uma redução de 1,8 mil milhões de dólares, cerca de 2% do PIB deste país africano de língua portuguesa.

A Fitch antevê um défice orçamental de 2,4% do PIB este ano e de 2,3% no próximo ano, essencialmente por causa da queda das receitas petrolíferas, e estima também que a despesa com os subsídios aos combustíveis diminua para 1,8% em 2025 e 1,4% em 2026, o que implica um aumento administrativo do preço dos combustíveis suportado pelos utilizadores.

Com uma previsão de crescimento de 2,8% e 3% neste e no próximo ano, respetivamente, abaixo dos 4,4% registados registados no ano passado devido "à recuperação da produção petrolífera e a um forte desempenho dos setores dos serviços e da exploração diamantífera", a Fitch considera que a inflação vai continuar elevada, ainda que esteja em desaceleração.

"Prevemos uma inflação média de 20% em 2025 e de 16% em 2026, face aos 28% de 2024", lê-se na análise hoje divulgada, que salienta que o crescimentos dos preços está "bem acima" da média dos países com rating B, que registam uma inflação à volta dos 4%.

Leia Também: Fitch mantém 'rating' de Cabo Verde em B e vê dívida descer a 98% do PIB

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