As recomendações foram feitas no âmbito da designada Revisão Periódica Universal, uma avaliação a que os países membros do Conselho doe Direitos Humanos da ONU se sujeitam periodicamente.
Na revisão de Espanha que decorreu hoje em Genebra, na Suíça, participaram mais de 100 Estados-membros das Nações Unidas, com vários a fazerem recomendações às autoridades espanholas em relação à imigração e ao acesso à habitação.
Reino Unido e Áustria foram dois dos países que referiram o problema da habitação, com o primeiro a pedir para ser acelerado o plano nacional para esta área.
Já na questão da imigração, Espanha ouviu vários apelos para serem "evitadas as condições precárias" em que vivem muitos menores estrangeiros, "sobretudo nas ilhas Canárias", arquipélago que nos últimos dois anos viveu uma onda de chegadas de embarcações conhecidas como 'pateras', saídas das costa de África, com milhares de pessoas a bordo que têm como objetivo alcançar solo europeu.
Várias delegações apelaram também a Espanha para melhorar a luta contra o tráfico e exploração de seres humanos e para aumentar a proteção de crianças e jovens da ciberviolência.
Entre as diversas recomendações às autoridades espanholas surgiram ainda mais esforços para combater a violência de género e o racismo nas forças de segurança, um problema que tem sido denunciado por organizações não-governamentais junto de instâncias e agências da ONU.
O secretário de Estado dos Assuntos Exteriores de Espanha, Diego Martínez Belio, prometeu, na mesma sessão, que as autoridades espanholas levarão em conta as recomendações de hoje.
"A proteção dos Direitos Humanos é um processo constante que requer vontade e determinação. É preciso continuar a trabalhar para garantir que abrange todas as pessoas sem distinção", afirmou, citado pela agência de notícias EFE.
A próxima revisão de Espanha pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU deverá ocorrer em 2030.
Na sessão de hoje, 120 países membros do Conselho fizeram intervenções para apresentar recomendações a Espanha.
Leia Também: EUA acusam membros da ONU de antissemitismo e preconceito anti-Israel