Índia fecha espaço aéreo a aeronaves paquistanesas

As autoridades indianas anunciaram o encerramento do espaço aéreo do país às aeronaves paquistanesas, em resposta a igual medida de Islamabad na sequência das tensões bilateais após um atentado na região indiana de Caxemira.

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Lusa
01/05/2025 06:38 ‧ há 4 horas por Lusa

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Índia

O Governo indiano disse na quarta-feira em comunicado aos operadores de companhias aéreas que o espaço aéreo do país está fechado a aeronaves registadas ou alugadas pelo Paquistão, "incluindo voos militares", até 23 de maio.

 

O Paquistão fechou o seu espaço aéreo às aeronaves indianas a 24 de abril.

A 22 de abril, vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia, o atentado mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.

Nova Deli acusou imediatamente Islamabad pelo atentado, que não foi reivindicado.

As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os cidadãos foram convidados a abandonar até terça-feira o território do país vizinho.

Os dois adversários partilham mais de 2.900 quilómetros de fronteira terrestre.

O Governo paquistanês afirmou na terça-feira ter "informações credíveis" de que a Índia planeia um ataque militar iminente em resposta ao recente atentado em Caxemira e prometeu uma "resposta decisiva" ao mesmo.

"O Paquistão tem informações credíveis de que a Índia pretende lançar um ataque militar nas próximas 24 a 36 horas, usando o incidente de Pahalgam como pretexto", disse o ministro da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar.

"Qualquer agressão será recebida com uma resposta decisiva. A Índia será totalmente responsável por quaisquer consequências graves na região", acrescentou em comunicado.

Também na terça-feira, o chefe do governo indiano, Narendra Modi, garantiu ao Exército "liberdade operacional" para responder como quiser ao ataque que matou 26 pessoas na Caxemira indiana, indicou uma fonte governamental.

Numa reunião com os seus chefes de Estado-Maior, Modi repetiu que o seu país está "determinado a infligir um golpe decisivo ao terrorismo", declarou a fonte governamental que solicitou o anonimato, citada pela agência de notícias francesa AFP.

O Exército paquistanês anunciou ter discutido na terça-feira com o Exército indiano, no telefonema semanal, os disparos noturnos ocorridos nos últimos seis dias em Caxemira, onde as tensões aumentaram entre as duas potências nucleares.

"Discutimos as violações ao cessar-fogo" ao longo da Linha de Controlo (LoC), a fronteira 'de facto' no território em disputa, declarou o porta-voz do Exército do Paquistão, o tenente-general Ahmed Chaudhry.

A parte indiana de Caxemira é palco de uma rebelião separatista iniciada em 1989 que já fez dezenas de milhares de mortos entre rebeldes, soldados indianos e civis.

Os dois países acusam-se mutuamente de apoiar grupos armados do outro lado da fronteira.

Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram Estados independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar total soberania sobre a região.

Desde o cessar-fogo que pôs fim à primeira guerra, em 1949, as tropas indianas e paquistanesas têm-se enfrentado ao longo dos 770 quilómetros da LoC que divide Caxemira em duas, desde os picos nevados dos Himalaias até às planícies férteis do Punjab.

A Índia - o país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes - e o Paquistão - com 240 milhões - possuem ambos armas nucleares e Forças Armadas poderosas.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, pediu quarta-feira ao Paquistão que condene o atentado na região indiana de Caxemira e coopere com a investigação ao mesmo, além de exercer moderação nas tensões com a Índia.

Segundo a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Tammy Bruce, Rubio discutiu num telefonema com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, "a necessidade de condenar o ataque terrorista de 22 de abril em Pahalgam", na Caxemira controlada pela Índia.

Numa chamada telefónica separada com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, Rubio manifestou solidariedade e apelou à moderação da Índia.

Leia Também: Forças militares de Índia e Paquistão envolvidas em conflito em Caxemira

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