Os combates eclodiram na quarta-feira em Sahnaya, perto de Damasco, entre grupos armados ligados ao governo islâmico sunita e combatentes drusos.
Os combatentes drusos, que se dirigiam para Sahnaya, foram atacados "pelas forças de segurança e por homens armados ligados a elas", segundo o observatório, citado pela agência de notícias France-Presse.
Com sede no Reino Unido, o OSDH tem uma vasta rede de informadores por toda a Síria.
Um dos principais líderes religiosos drusos na Síria denunciou hoje uma "campanha genocida" contra a comunidade e apelou para uma intervenção internacional.
O xeque Hikmat al-Hajri, considerado a mais alta autoridade espiritual dos drusos na Síria, descreveu os acontecimentos em Jaramana e Sahnaya como uma "campanha genocida injustificada" que tem como alvo "civis nas suas casas".
O líder religioso apelou à "intervenção imediata das forças internacionais de manutenção da paz" num comunicado citado pela AFP.
O Governo sírio rejeitou os apelos à "proteção internacional" de "grupos fora da lei", depois de confrontos interétnicos em torno de Damasco, terem matado cerca de 20 pessoas desde terça-feira.
A diplomacia síria condenou "os recentes apelos de grupos ilegais envolvidos na violência em território sírio à chamada proteção internacional" como "ilegítimos e completamente inaceitáveis", segundo um comunicado citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
"Estes apelos provêm de partidos que operam à margem da lei síria, numa clara tentativa de internacionalizar uma situação que deveria ser tratada exclusivamente no âmbito das instituições do Estado sírio", afirmou.
A posição das autoridades de Damasco foi divulgada horas depois de o exército israelita ter efetuado um bombardeamento contra membros de um grupo que alegadamente se preparava para lançar um ataque contra a comunidade drusa.
Os drusos, uma comunidade esotérica descendente de um ramo do Islão, são vistos com desconfiança pela corrente sunita extremista de onde provêm as novas autoridades da Síria.
Representam cerca de 3% da população síria e vivem principalmente no sul, nomeadamente na província de As-Suwayda, perto de Israel, mas também em bolsas no noroeste e perto da capital, Damasco.
A comunidade tem tentado manter-se afastada da guerra civil, desencadeada pela repressão sangrenta do regime de Bashar al-Assad a uma revolta popular em 2011, que tem devastado o país.
Assad foi deposto em dezembro de 2024 por uma coligação de rebeldes liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe).
Os drusos, cujo número é calculado em cerca de 700.000, concentraram-se sobretudo na proteção dos seus territórios e evitaram em grande medida o recrutamento forçado para o exército sírio.
Alám da Síria, incluindo os Montes Golã sob ocupação israelita, a comunidade drusa vive sobretudo no Líbano e em Israel.
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