A Presidência francesa não prevê a presença de chefes de Estado e de Governo estrangeiros na comemoração de "um dia com importância internacional", no entanto, estarão presentes cerca de 270 músicos militares dos EUA, Reino Unido, Canadá, Camarões e da Alemanha.
"É um dia especial, pois comemora-se o aniversário da assinatura do armistício da Segunda Guerra Mundial, que pôs fim à guerra no continente europeu, uma vez que o Japão continuava em guerra com os aliados", afirmou o Eliseu, acrescentando que este ciclo de comemorações terminará em 16 de junho de 2026.
Por toda a França assinalar-se-á o dia 08 de maio de 1945 - data em que as forças aliadas aceitaram a rendição da Alemanha nazi - mas será em Paris o maior evento previsto com um discurso do Presidente francês, Emmanuel Macron, para assinalar "a vitória dos valores do mundo democrático sobre as ditaduras", segundo fonte do Eliseu.
Como é habitual no Dia da Vitória, o Presidente francês depositará uma coroa de flores na estátua do General De Gaulle, na presença do primeiro-ministro e de membros do Governo, bem como participará no reacendimento da chama do Túmulo do Soldado Desconhecido e nas condecorações.
A comemoração, com transmissão em direto na televisão e contrariando a tradição de começar de manhã, terá início às 17:45 horas locais (16:45 de Lisboa), junto ao Arco do Triunfo e Campos Elísios, no centro da capital francesa, com um desfile de reconstituição com veículos da época.
Também será projetado um filme, que mostra "a dimensão global da guerra", realizado por Denis Peschanski, acompanhado por música ao vivo da orquestra da Guarda Republicana, revelou o Eliseu.
O hino francês "A Marselhesa" será interpretada por cerca de cerca de 200 crianças e pelo coro do Exército francês, que será antecedido de um minuto de silêncio.
À noite, ocorrerá um Concerto pela Paz no mesmo local, que tem uma relação com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), já que após a ocupação nazi de Paris, o Arco do Triunfo tornou-se um símbolo da resistência francesa com uma marcha triunfal do general Charles de Gaulle que marcou a vitória da França.
Também em Reims, no norte de França, o realizador alemão Wim Wenders prestará homenagem com um filme de quatro minutos que combina imagens de arquivo, reconstruções e imagens atuais sobre a primeira assinatura da rendição alemã numa escola "que foi o centro do mundo durante uma noite".
O fim da Segunda Guerra Mundial na França começou com a libertação da ocupação nazi, que durou quatro anos, até que a 06 de junho de 1944, dia que se tornou o ponto de viragem da guerra, as tropas aliadas (França, Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética) desembarcaram na Normandia (norte).
Em 25 de agosto de 1944, Paris foi libertada graças à Resistência Francesa e às tropas francesas lideradas pelo general Charles de Gaulle e o conflito continuou noutras partes da Europa até à rendição oficial da Alemanha em 08 de maio de 1945.
A comemoração acontece numa altura em que a aliança dos países europeus com a Rússia e os EUA está deteriorada.
O chefe de Estado francês tem vindo a pedir um verdadeiro cessar-fogo na Ucrânia, invadida pelas tropas russas em fevereiro de 2022, juntamente com uma coligação de países dispostos a dar garantias de segurança a Kiev.
Relativamente à guerra comercial com os EUA devido à administração do Presidente Donald Trump, Macron tenciona reforçar esta semana os laços com dois aliados fundamentais da União Europeia: Alemanha e Polónia, ao encontrar-se com o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, e com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
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