Guterres lamenta novos ataques com 'drones' em zona civil no Porto Sudão

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou hoje o relato de novos ataques com 'drones' no Sudão e alertou que esta escalada do conflito pode causar enormes baixas civis e piorar a já catastrófica situação humanitária.

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Lusa
08/05/2025 16:35 ‧ há 2 horas por Lusa

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António Guterres

Na sequência de relatos de novos ataques de 'drones' (aeronaves não tripuladas) a um importante centro de ajuda sudanês em Porto Sudão na quarta-feira, Guterres "juntou a sua voz aos apelos, cada vez mais urgentes, para negociações de paz sérias que ponham fim a mais de dois anos de guerra no Sudão", declarou a ONU em comunicado.

 

Para o ex-primeiro-ministro português, a expansão do conflito para uma área que tem servido de refúgio para um grande número de pessoas deslocadas é alarmante.

A cidade de Porto Sudão é um dos principais pontos de entrada de ajuda humanitária, com aeroportos e acesso direto ao Mar Vermelho e é também um abrigo para centenas de milhares de pessoas deslocadas e a sede do Governo, depois de os generais terem perdido o controlo da capital, Cartum, para as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), explicou a ONU.

As RSF, em conflito com o exército desde abril de 2023, lançaram no domingo uma série de ataques de 'drones' ao aeroporto internacional de Porto Sudão, o segundo maior do país, assim como a um depósito de combustível na área de trânsito do porto.

Em resposta aos ataques com 'drones', os voos do Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unidas (UNHAS) de e para Porto Sudão foram suspensos.

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM), que gere a companhia aérea, declarou que as operações serão retomadas logo que as condições o permitam, frisou a ONU.

Foram também registados ataques de 'drones' noutros locais do Sudão, incluindo nos estados de Kassala e do Rio Nilo, indicou.

Para Guterres, "a situação continua terrível" em todo o país.

"Todas as partes envolvidas no conflito devem cumprir as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional e não devem ser feitos ataques contra civis", insistiu.

O secretário-geral da ONU lamentou ainda a "falta de vontade política" das partes beligerantes para dialogar.

"O diálogo é a única forma de alcançar a paz que o povo do Sudão exige", reiterou.

A União Europeia condenou quarta-feira o ataque e criticou o facto de o conflito estar a expandir-se para áreas até aqui não afetadas.

"Estes ataques, que tiveram como alvo infraestruturas críticas, incluindo instalações civis, representam uma expansão significativa e preocupante do conflito para regiões anteriormente não afetadas, onde milhares de civis sudaneses e parceiros internacionais fugiram das zonas de combate", afirmou, em comunicado, um porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa.

Segundo as agências da ONU, o Sudão enfrenta a maior catástrofe de fome do planeta com 25 milhões de pessoas a enfrentar fome aguda.

Atualmente, mais de metade da população do Sudão - 30,4 milhões de pessoas - necessita de assistência humanitária, incluindo mais de 15 milhões de crianças. Não têm acesso a alimentos, água, abrigos, eletricidade, educação e cuidados de saúde, frisou a ONU.

Desde abril de 2023, o país africano tem sido devastado por uma guerra sangrenta que opõe o general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde um golpe de Estado em 2021, e o seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdane Dagalo, chefe das RSF.

Leia Também: Guterres apela à máxima contenção militar da Índia e Paquistão

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