Numa mensagem vídeo distribuída pelo gabinete do primeiro-ministro israelita após o anúncio da libertação de Alexander pelo grupo islamita palestiniano Hamas, Netanyahu considerou que se tratou de "um momento muito emocionante".
No vídeo, Netanyahu informou que falou hoje com Trump e que o líder da Casa Branca disse estar "comprometido com Israel" e em trabalhar com o seu Governo "em estreita cooperação".
De acordo com um comunicado do Exército israelita, Alexander já foi entregue ao ponto de receção montado em Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e vai realizar exames médicos e reunir-se com a família.
O militar israelo-americano foi libertado hoje pelas Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, informaram os militares israelitas e o grupo islamista palestiniano.
Em comunicado, o Hamas disse que esta libertação "faz parte dos esforços contínuos dos mediadores para alcançar um cessar-fogo" e permitir a entrada de ajuda humanitária no território.
Prime Minister Netanyahu:
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) May 12, 2025
"This is a very emotional moment – Edan Alexander has returned home. We embrace him and we embrace his family.
This was achieved thanks to our military pressure and the diplomatic pressure applied by President Trump. This is a winning combination.
» pic.twitter.com/c9z3Nfpbq4
O Hamas reiterou que "negociações sérias" levarão à libertação de mais reféns, mas avisou que a "continuação da agressão prolongará o seu sofrimento" e poderá mesmo matá-los.
As famílias dos reféns mantidos pelo Hamas saudaram a libertação como "um raio de luz e esperança", mas também com um aviso de que 58 prisioneiros permanecem na Faixa de Gaza.
"Após 584 dias agonizantes em cativeiro, Edan está de volta a casa, com a sua família que trabalhou incansavelmente pela sua libertação, com os seus amigos e com uma nação inteira que lutou e rezou pelo seu regresso", afirmou o Fórum de Famílias Desaparecidas e Reféns em comunicado.
Este fórum destacou que o esforço para libertar e recuperar todos os reféns não deve cessar, pois é "a missão mais urgente e crítica" da atualidade em Israel.
O soldado foi raptado na manhã de 07 de outubro de 2023 aos 19 anos por militantes do Hamas quando lançaram o seu ataque surpresa em território israelita, que desencadeou o atual conflito na Faixa de Gaza.
A libertação acontece como um gesto do Hamas em relação aos Estados Unidos, após contactos com representantes ??de Washington.
Coincide também com a viagem hoje a Israel do enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e com a véspera do início da viagem do Presidente norte-americano a vários países do Médio Oriente.
No comunicado, o Hamas manifestou a sua disponibilidade para "iniciar imediatamente negociações para chegar a um acordo abrangente para um cessar-fogo sustentável", que incluiria a retirada do Exército israelita do enclave palestiniano, bem como "o fim do cerco", a troca de prisioneiros e a reconstrução da Faixa de Gaza.
"Instamos a administração Trump a continuar os seus esforços para pôr fim a esta guerra brutal travada pelo criminoso de guerra Netanyahu contra crianças, mulheres e civis indefesos na Faixa de Gaza", assinalou o Hamas.
Em 05 de maio, Israel anunciou um plano de conquista do território palestiniano, que inclui uma deslocação em massa da sua população, suscitando palavras de condenação em todo o mundo.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 52 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, na maioria mulheres e crianças, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
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