No dia seguinte a uma breve pausa dos combates para a libertação do refém israelo-americano Edan Alexander, o Exército israelita retomou os bombardeamentos, que atingiram sucessivamente dois hospitais em Khan Younis, alegando que albergavam "um centro de comando e controlo" do movimento islamita palestiniano Hamas.
De acordo com o Hamas, estes ataques noturnos ao Hospital Nasser mataram vários doentes, incluindo um jornalista.
A Defesa Civil da Faixa de Gaza indicou, por seu lado, que aeronaves israelitas bombardearam "os arredores e o pátio do Hospital Europeu", também localizado em Khan Younis, matando pelo menos 28 pessoas na zona.
Segundo os relatos, "mais de 20 pessoas ainda estão desaparecidas dentro da casa da família Al-Afghani", perto do hospital, disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, à agência de notícias France Presse (AFP).
O fotógrafo Amro Tabash descreveu à AFP uma "cena absolutamente catastrófica", apesar da presença da Organização Mundial de Saúde no local, a preparar a retirada de crianças feridas do território, marcada para quarta-feira.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha já anunciado que o Exército de Israel vai entrar em Gaza "com toda a força" nos próximos dias, acrescentando não ver qualquer cenário em que possa parar a guerra.
"Nos próximos dias, entraremos com toda a nossa força para completar a operação e derrotar o Hamas", afirmou Netanyahu, de acordo com um comunicado.
O chefe do Governo israelita referiu também que o executivo estava a trabalhar para encontrar países dispostos a aceitar habitantes da Faixa de Gaza, argumentando que muitos deles estavam prontos para abandonar o território.
Depois de ter quebrado em março o cessar-fogo em vigor com o Hamas, em 05 de maio, Israel anunciou um plano de conquista do território palestiniano, que inclui uma deslocação em massa da população, suscitando palavras de condenação em todo o mundo.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 52 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
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